Roger Waters ‘ignora’ #EleNão e censura nome de Bolsonaro em show na capital, mas tom político persiste

Divulgação/kate.izor – Reprodução/Facebook

Na noite desse domingo (21) foi a vez dos mineiros conferirem de perto o show do astro do rock Roger Waters. A apresentação no Mineirão, na região da Pampulha, era aguardada pelos fãs desde o ano passado, quando o músico confirmou que faria turnê pelo Brasil. Ao contrário das quatro cidades pelas quais passou anteriormente – São Paulo, Rio, Brasília e Salvador -, o artista surpreendeu ao não exibir a hashtag #EleNão. Na capital mineira, a participação de crianças de uma escola municipal e a censura ao nome de Bolsonaro (PSL) foram as principais novidades.

Em São Paulo, no show de estreia da turnê Us + Them, a exibição da hashtag #EleNão dividiu o público e fez Waters ser alvo de vaias. Ele também polemizou ao mencionar Bolsonaro como um dos representantes do neofacismo mundial. O nome do capitão da reserva aparecia em uma lista que contava ainda com o norte-americano Donald Trump, a francesa Marine Le Pen e o britânico Farage, entre outros. O tom político dos shows do músico virou assunto nas redes sociais, o que fez a audiência ficar cada vez mais atenta ao próximo ato de Waters. Em BH não foi diferente.

A hasgtag #EleNão ficou de lado, mas parte do público demonstrou ser favorável ao movimento gritando palavras de ordem. As manifestações ocorreram em diferentes momentos, ao longo das quase três horas de show. Em alguns deles, dividiram espaço com apoiadores de Bolsonaro, que gritaram “ele sim”, e anti-petistas, que entoaram “fora PT”. Vídeos que mostram as ações circulam, principalmente pelo Facebook, desde o início desta madrugada e dão o que falar.

O fim do primeiro ato do show é outro momento que repercute. Foi quando um grupo de 12 meninos e meninas da Escola Municipal Benjamin Jacob, localizada no Sion, subiu ao palco. Eles estavam encapuzados e com uniformes de presidiários, enquanto a música “Another brick in the wall” era executada. Durante o refrão, eles retiraram a roupa e exibiram uma camiseta com a palavra “Resist”, o que levou parte do público ao delírio. Novamente, gritos de #EleNão ecoaram.

No segundo ato, Waters apareceu com uma máscara de porco durante a música “Pigs”. Ele levantava um cartaz com os dizeres “Porcos dominam o mundo”, em tradução literal. Na sequência, o letreiro era substituído por outro: “Fodam-se os porcos”. Enquanto isso, a imagem de Trump se multiplicava pelo telão com uma série de referências. Um porco inflável com a frase “Seja humano” também podia ser visto rodando pelo Mineirão, onde havia 50 mil pessoas.

O músico encerrou o show falando sobre a importância de as pessoas se preocuparem umas com as outras e defendeu ainda a causa ambiental. Agora, Waters volta ao Rio de Janeiro, no dia 24, e depois passa por Curitiba, no dia 27, e por Porto Alegre, no dia 30.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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