Bolsonaro responde críticas: ‘Ministérios não serão compostos por condenados por corrupção’

Divulgação/Agência Brasil + Agência Câmara

Após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), nomes para os ministérios de seu futuro governo começam a ser especulados. Contudo, apenas quatro foram confirmados oficialmente pelo presidente eleito. Alberto Fraga (DEM), condenado por corrupção e cumprindo regime semi-aberto, aparece em um vídeo, ao lado de Bolsonaro, como um dos especulados. Indignados, eleitores de Bolsonaro o questionaram em suas redes sociais.

Dentre os confirmados, estão o economista Paulo Guedes (Ministério da Fazenda, que pode ser renomeado para Ministério da Economia), para a estratégica Casa Civil, foi escolhido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Para o Ministério da Defesa, a escolha recaiu sobre o general reformado Augusto Heleno e, para o Ministério da Ciência e Tecnologia, o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é tenente-coronel da Aeronaútica.

Durante toda sua campanha, Jair Bolsonaro enfatizou que seria contra a corrupção. Por isso, os eleitores cobram que ele mantenha essa postura e não coloque Alberto Fraga em nenhum cargo. Onyx Lorenzoni, que já foi oficializado, é investigado por ter recebido caixa 2 em sua campanha de 2014. Veja a repercussão dos internautas:

Bolsonaro responde

Após inúmeras críticas, principalmente em torno do nome de Alberto Fraga, Bolsonaro se pronunciou e disse que os “ministérios não serão compostos por condenados por corrupção”. Além disso, o presidente eleito afirmou que “qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade”.

Envolvidos em corrupção

Em 2006, Onyx Lorenzoni foi acusado de receber R$ 175 mil, via caixa 2, para sua campanha. O delator da Odebrecht, deste caso, foi o executivo Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Porém, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e arquivou o inquérito que investigava Lorenzoni. Raquel Dodge, procuradora-geral da República, afirmou que Alencar não operacionalizou a entrega do dinheiro, também não soube identificar quem o fez, o meio, local e a data da suposta doação. “Dentro dessas premissas, não há prova, por ora, que tenha havido declaração falsa para fins eleitorais e se esgotaram os meios destinados elucidar os fatos”, escreveu Dodge.

Lorenzoni foi o relator do projeto “10 medidas contra a corrupção”, na Câmara, em 2015. Contudo, em maio do ano passado, época em que vieram à tona as delações de executivos do Grupo JBS, Lorenzoni foi citado por ter recebido dinheiro dos executivos e confessou ter feito uso do capital. No período, o parlamentar deu entrevistas e reconheceu que recebeu R$ 100 mil durante a campanha de 2014 de um empresário e não declarou a quantia, o que configura crime de caixa 2. O deputado explicou que entregaria uma declaração ao Ministério Público Federal (MPF) assumindo o erro e que aceitaria as consequências.

Alberto Fraga (DEM) foi condenado, em setembro, a quatro anos, dois meses e vinte dias de prisão, em regime semi-aberto, por corrupção. A sentença foi por ele ter cobrado propina, de R$ 350 mil, em contratos públicos, no período em que foi secretário de Transporte do Distrito Federal, em 2008. A decisão foi em primeira instância e ainda cabe recurso. Em um vídeo, postado pelo deputado, Bolsonaro diz: “Já anuncio aqui que quem vai coordenar a bancada no Planalto vai ser o Fraga”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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