Estudantes da Escola Municipal Agropecuária de Tanguro, em Querência, no interior do Mato Grosso, decidiram doar o dinheiro que gastariam em uma viagem para pagar um tratamento médico para um colega de sala. Um relato do caso viralizou no Facebook. A mobilização começou após uma alteração constatada em um exame de sangue feito por Robson Emidio, de 16 anos.
Ele faz parte de uma turma multisseriada, que conta com alunos da 7ª série do ensino fundamental e das três séries do ensino médio. Robson foi informado sobre a alteração ao fazer uma bateria de exames para entrar no Programa Jovem Aprendiz do Grupo AMAGGI.
Foi constatado que o número de plaquetas no sangue do jovem estava abaixo do normal, o que causou grande preocupação à família e aos colegas de sala. Um médico da cidade então explicou que seria preciso procurar um especialista o mais rápido possível para identificar a causa do resultado.
Boa ação
De origem humilde, a família de Robson não teria o dinheiro para cobrir o atendimento com um médico especialista em Goiânia. Em meio a tudo isso, uma boa notícia: na última quinta-feira (25), os colegas de classe do garoto procuraram a coordenadora da escola, Clesia Silene Rosa Sales, e falaram da decisão de doar o dinheiro da viagem. O passeio ao Parque das Águas Quentes, em Barra do Garças (MT), foi cancelado para que o jovem pudesse conseguir ser atendido com agilidade. Ao saber da notícia, o garoto chorou e agradeceu os colegas.
Os alunos da escola juntaram pouco mais de R$ 1.000 em rifas durante o ano para pagar os custos da viagem da turma, que estava marcada para essa quarta-feira (31). Em um post no Facebook, o motorista da escola, Juarez Miranda, contou a história. A postagem viralizou na internet e outras pessoas e empresas se dispuseram a custear a viagem dos alunos ao Parque das Águas Quentes.
Os estudantes ganharam transporte, estadia e alimentação para a viagem, que deve acontecer ainda na primeira quinzena de novembro.
Especialista descarta doença
Robson foi atendido por uma médica em Goiânia nesta semana. Ela constatou que o adolescente não tem nenhuma doença especificamente decorrente do resultado apontado no exame. Na verdade, o sangue do garoto não reage da forma esperada com um coagulante usado na coleta, por isso, o exame apontou a alteração no número de plaquetas.