‘Projeto Maravilhas’ fala de homoafetividade, luta contra a intolerância e modos de vida e de amor

Fotos: Raquel Carneiro/Divulgação

Em tempos de conflitos políticos acirrados no país e no mundo, o espetáculo Projeto Maravilhas, em cartaz até domingo (11), em Belo Horizonte, incita à construção de um “jardim”, um espaço pensado como possibilidade de resistência e vazão para novos modos de vida e existência, de luta contra o preconceito e a intolerância.

A Funarte foi o local escolhido para a temporada de estreia do espetáculo Projeto Maravilhas, que tem direção de Cláudio Dias (Cia Luna Lunera) e dramaturgia de Marcos Coletta (Quatroloscinco Teatro do Comum). A montagem parte das experiências e vivências do elenco, formado por Aisha Brunno, Bremmer Guimarães, Igor Leal e Pedro Henrique Pedrosa, pra percorrer uma cartografia dos desejos nos espaços públicos da cidade e repensar uma ideia de comunidade entre pessoas LGBTs.

Em seu percurso, a peça dialoga com textos dos estudos culturais queers; com a obra literária Paraíso das Maravilhas, do pesquisador Luiz Morando, que investiga o primeiro assassinato registrado por homofobia em BH, no Parque Municipal, nos anos 1940; com o dispositivo de pesquisa cênica e corporal do contato-improvisação, pesquisa do diretor Cláudio Dias; sem se esquecer da memória da arte LGBT, lembrada pela figura de resistência do encenador Ronaldo Brandão, atuante na cena da cidade durante o período da ditadura militar brasileira.

Tocar nos corpos homossexuais que habitam o espaço urbano. Evidenciar esses corpos, entre o medo e a violência, entre o amor e a sacanagem. Naturalizar o que muitas vezes é considerado invisível e colocado à margem pela sociedade.

Inspiração e criação

Durante sua criação, a peça teve como dispositivo a busca por um recorte contemporâneo das potências e fragilidades das homossexualidades masculinas, em espaços urbanos reais e imaginados. A ideia do trabalho surgiu no primeiro semestre de 2017, quando os quatro atores começaram a trabalhar juntos durante a montagem de PassAarão, espetáculo de rua do Grupo Espanca.

Inspirado por aquele processo, nascia o desejo em poderem mergulhar num tema mais específico da relação entre arte e cidade, com foco agora nas masculinidades e nas homoafetividades, em seus diferentes territórios.

Com estreia na sexta-feira, dia 26 de outubro, às 20h, o espetáculo Projeto Maravilhas segue em cartaz na Funarte MG até o dia 11 de novembro (exceto domingo, dia 28 de outubro). As apresentações acontecem de quinta a domingo, sempre às 20h. Os ingressos custam R$20 (inteira), com vendas na bilheteria do teatro.

Serviço

Projeto Maravilhas

Quando? Até domingo (11); de quinta a domingo, às 20h

Onde? Funarte – rua Januária, 68, Centro, BH

Quanto? R$ 20 (inteira); vendas na bilheteria do teatro antes do espetáculo

Duração: 90 minutos

Classificação indicativa: 16 anos

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