Motivado pelo incêndio do Museu Nacional (RJ), inventário de bens históricos em Minas tem prazo prorrogado

Chamas consomem Museu Nacional, no Rio; Minas tem grande riqueza, como a histórica Ouro Preto (Tânia Rego (Agência Brasil) + Wikipedia)

Três meses após um incêndio de grandes proporções ter destruído grande parte do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e ter motivado aqui em Minas Gerais a criação de uma força-tarefa para verificar as condições dos equipamentos culturais em todo o estado e orientar sobre prevenção a incêndios, pouco saiu do papel. Tanto no Rio de Janeiro, como por aqui.

A força-tarefa criada por resolução do Governo de Minas – coordenada pelo Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais (CBMMG) e com a atuação de outros 10 órgãos governamentais (veja lista abaixo) – tinha dois meses para apresentar um relatório ao governador Fernando Pimentel (PT), no início de novembro, o que não ocorreu.

Entre as atribuições do grupo, está a adoção de medidas imediatas de prevenção aos riscos contra o patrimônio cultural e equipamentos públicos do estado, além da emissão de relatórios, levantamento de dados, apresentação de conclusões, proposição de medidas emergenciais e recomendações a elaboração de projetos de segurança contra incêndio e pânico.

De acordo com a assessoria de imprensa do CBMMG, as vitorias em Belo Horizonte e municípios da região metropolitana foram concluídas, mas no interior, ainda não. “Percebemos que o prazo foi insuficiente para fazermos todo o levantamento em Minas Gerais. Nosso aparato é menor nas unidades do interior e como queríamos prestar o mesmo atendimento de qualidade a todos os municípios, o prazo foi prorrogado em mais 60 dias. O relatório final será divulgado no início de 2019”, informou a assessoria.

Além das cidades históricas mundialmente conhecidas – como Ouro Preto, Mariana e Tiradentes -, Minas guarda tesouros em outras cidades, como Sabará, Pitangui, Diamantina, Serro, Barão de Cocais, Itabira e tantas outras. Além de igrejas, que mantêm em seus altares grande parte da história do barroco mineiro, há pequenos museus, casas de cultura, teatros antigos e outros monumentos de valor histórico e cultural para o estado.

Lista de órgãos que compõem o grupo da força-tarefa:

Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG
Secretaria de Estado de Cultura – SEC
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Semad
Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas – Setop
Gabinete Militar do Governador – GMG – Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – Iepha
Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa
Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig
Fundação Clóvis Salgado – FCS
Fundação de Arte de Ouro Preto – Faop
Conselho Estadual de Patrimônio Cultural – Conep

Museu Nacional

No caso do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, três meses depois do incêndio, ocorrido em 2 de setembro, a “rede de apoio econômico” prometida pelo presidente Michel Temer também não decolou. De acordo com levantamento da Agência Lupa de Notícias, uma parceria de ajuda ao Museu Nacional anunciada em 5 de setembro pelo Governo Federal contaria com a participação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Petrobras, Bradesco, Itaú, Santander, Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Vale. Mas a promessa não se concretizou. Desde lá, não houve nenhum avanço.

O diretor do Museu, Alexandre Kellner, informou que a instituição recebeu até agora R$ 9 milhões da União, destinados ao escoramento do prédio. No ano que vem, uma emenda vai ser incluída no projeto de lei orçamentária para doar R$ 55 milhões para a restauração da instituição.

Com a entrada do novo governo, o futuro das obras do bicentenário é mais uma das preocupações do diretor. Segundo Kellner, nenhuma das equipes de transição dos futuros governador do Rio e presidente da República procuraram a direção do museu para falar sobre o desastre que atingiu a Casa da Família Imperial.

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