O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, se irritou com a crítica de um passageiro durante um voo comercial que seguia de São Paulo para Brasília, nesta terça-feira (4), e acionou a Polícia Federal. O advogado Cristiano Caiado de Aciole, de 39 anos, foi conduzido após dizer ao ministro que “o Supremo é uma vergonha”.
A discussão começou durante o embarque. Ao perceber a presença do ministro, o advogado o chamou e disparou a crítica. “Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo vocês”.
Em seguida, Lewandowski respondeu à crítica em tom ameaçador. “Vem cá, você quer ser preso?”, disse o ministro que pediu para que os comissários acionassem a Polícia Federal.
“Eu não posso me expressar? Chama a Polícia Federal, então”, disse Cristiano Caiado a Lewandowski, que respondeu: “Você vai explicar para a Polícia Federal”. Segundo relato do advogado, ele teve de se comprometer com os agentes federais a não criar uma nova confusão com o ministro durante o voo. Contudo, ao desembarcar em Brasília, ele foi conduzido para a Superintendência da Polícia Federal.
Lewandowski se irrita com crítica de passageiro durante voo para Brasília. pic.twitter.com/aYhJWzsyXi
— BHAZ (@sitebhaz) 4 de dezembro de 2018
Em contato com o BHAZ, o advogado disse quando o voo chegou em Brasília, ele levantou-se do assento e contou o ocorrido para todos os passageiros da aeronave. “Expus o que havia ocorrido e, pedi a todos que aplaudissem caso concordassem comigo e muitos aplaudiram”, conta. Segundo ele, neste momento, o ministro se levantou e disse que ele era “muito corajoso”. “É um caso assustador. Foi um caso de censura, eu senti toda a força do Estado contra mim. Isso tem de ser repensado. Eu fui conduzido para a delegacia da Polícia Federal, sem crime e com a bênção de um ministro, que é o guardião da nossa Constituição”, lamenta Cristiano.
O advogado foi ouvido na Polícia Federal e, até o fim da tarde, aguardava o fim do depoimento de uma testemunha. Não há acusação de crime contra o advogado, apenas depoimentos para esclarecer os fatos. A assessoria de Ricardo Lewandowski disse que o ministro não vai se manifestar sobre o ocorrido.