Carnaval de BH deve crescer 20% e contar com 4,5 milhões de foliões em 2019

Maick Hannder + Yuran Khan/BHAZ

Ainda faltam dois meses para o Carnaval de 2019, mas a Belotur já está com os preparativos a todo vapor para que a festa ocorra da melhor maneira possível. Este ano, 3,8 milhões de foliões curtiram a festa nas ruas de Beagá. Para o ano que vem, são esperados 20% a mais de pessoas, o que corresponde a 4,5 milhões, no total. Para isso, a estrutura da folia está sendo melhorada, investimentos feitos e mais blocos estarão desfilando.

Nesta quarta-feira (5), a Belotur publicou no Diário Oficial do Município (DOM), o chamamento público de auxílio financeiro aos blocos de rua para o Carnaval 2019. Os valores são iguais aos deste ano: R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 3 mil. Foi incluída a categoria C, no valor de R$ 5 mil.

O BHAZ conversou com o presidente da Belotur, Aluizer Malab, que falou sobre verbas públicas para a festa, segurança, vendedores ambulantes, trajeto dos blocos, banheiros químicos e muito mais. Confira:

Foram 420 blocos de rua registrados no Carnaval de 2018. A Belotur espera um aumento para o ano que vem? 

Aluizer Malab: A gente espera um crescimento de até 15% nos blocos de rua. Tivemos uma “explosão” muito grande nos últimos dois anos, foi uma expansão muito rápida. É um número muito expressivo. É preciso também frisar que existe uma diferença entre blocos e eventos. Bloco é o que concentra, desfila e dispersa. O que se faz em um ponto parado é evento, que obedece a uma legislação diferente.

No ano passado, os blocos receberam valores de R$ 3 mil, R$ 7 mil e R$ 10 mil, como auxílio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Quais serão os valores repassados aos blocos de rua em 2019?

AM: Os valores serão mantidos, mas o recurso será aumentado em 20% e, com isso, contemplaremos mais blocos. No ano passado, 80 blocos receberam a verba. Para 2019, serão 96 contemplados. A ideia da distribuição dos valores é dar algum auxílio, para a melhora de som, ensaio, ter uma boa estrutura. O valor não é para todos os blocos, pois tem uma grande maioria que ainda dá conta de trabalhar sem essa verba.

Vocês estão se encontrando com o blocos para definir o trajeto e outros pontos importantes que cercam os desfiles?

AM: Nós temos nos reunidos com os blocos ao longo do ano. Temos uma preocupação grande em não colocar blocos em áreas de risco ou pontos estratégicos da cidade. Não podemos, por exemplo, deixar que hospitais não possam ser acessados. Zonas de risco de alagamentos também são evitadas. Temos que ficar de olho também nas chamadas “zonas de conflito”, nas quais um bloco não pode encontrar com o outro. Se isso acontece, chamamos os blocos envolvidos e arranjamos uma solução, pode-se trocar o dia, hora, local. Os blocos, de uma forma geral, são bem responsáveis em relação a isso. No fim das contas, todos querem que Carnaval seja maravilhoso, ninguém quer que seja ruim. Se tem algo que podemos nos orgulhar na organização da folia, é o funcionamento da cidade como um todo nesse período. Estamos evoluindo muito, todos os órgãos trabalham a pleno vapor.

Em relação à fiscalização dos blocos: o que pode e o que não pode? No Carnaval deste ano, o BHAZ flagrou um bloco que proibia a entrada de ambulantes. Isso é permitido?

AM: Isso não pode em hipótese alguma. Não existe Carnaval com corda, com limitação. Isso é espaço público. É uma manifestação cultural, ela não pode ter limite. Durante o Carnaval, os ambulantes são regularizados e o trabalho deles é permitido. É bom, pois gera emprego e dá dignidade para essas pessoas. Eles podem circular livremente pelos blocos. O que não pode é vender garrafas, bebidas fracionadas ou alimentos. Também não pode travar o bloco. Pode-se vender bebidas devidamente lacradas e adereços carnavalescos. Entendemos a importância dos ambulantes para o conforto do folião para o acompanhamento do desfile.

Uma reclamação constante dos foliões é em relação aos banheiros químicos. Pode-se esperar uma melhorar para o ano que vem?

AM: Toda essa parte de estrutura é de nossa responsabilidade. O banheiro tem alguns problemas. O primeiro ponto é que não existe em quantidade o tanto que precisamos. Outra questão é que temos um problema seríssimo de logística. Eu tenho que tirar os banheiros de uma região, fazer toda a higienização e transportá-lo para outro lugar enquanto a cidade está modificada. Principalmente na região Centro-Sul. Às vezes, os banheiros não conseguem chegar até certo ponto do desfile, aí ficam mais nas extremidades. Vamos melhorando com o tempo, entendendo onde estão os problemas. No primeiro ano só tínhamos um ponto de liberação de dejetos, onde jogávamos a urina e fezes fora. Agora já temos outros pontos, o que otimiza o tempo.

E em relação ao patrocínio master do Carnaval de 2019?

AM: O nosso modelo privilegia as agências de evento, este ano a vencedora foi a Do Brasil. A empresa terá direito de levar até seis marcas. Até agora, duas estão bem adiantadas, só não podemos revelar os nomes ainda. O período de apresentação dessas marcas é até este mês, de dezembro. O valor total será de R$ 4,5 milhões em espécie mais R$ 8,330 milhões em serviços e estrutura. Estes valores deverão ser entregues pela agência contratada.

O Carnaval de BH cresce todos anos. Existe uma previsão para o número de foliões que estarão presentes em 2019? Como esse levantamento é feito?

AM: Temos expectativa de um aumento de 15% a 20% de público para 2019. O crescimento é analisado a partir de pesquisas de satisfação, reservas de hotel. É bem complicado levantar um número, já que estamos em um estado com uma relação das pessoas serem recebidas em casa, é difícil ter um dado consistente para mostrar essa expectativa. A gente sempre vai buscando todas as possibilidades para chegar a um número aproximado. A nossa conta de foliões (que é de aproximadamente 4,5 milhões para 2019) não é um número exato de pessoas. Por exemplo: se você sair cinco vezes, vamos te contar cinco vezes. Sempre vamos somar tudo o que estava acontecendo no momento, em todos os blocos, por isso pode acontecer a margem de erro.

A segurança é outro ponto importante da folia. O que vocês têm feito para melhorá-la?

AM: A gente tem uma organização de inteligência, na qual existe uma infinidade de câmeras, aliadas a todos os mais de 30 órgãos, não somente Polícia Militar e Guarda Municipal. A comunicação on-line é rápida e eficaz, o que aumenta a sensação de segurança. Não é à toa que tivemos uma redução de mais 30% de no número de ocorrências. Temos um Carnaval com uma segurança bacana. A segurança é a base da festa. Estamos trabalhando para que as pessoas possam curtir sem preocupação.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!