Estudo da USP indica que zika pode provocar infertilidade em homens

Ministério da Saúde/Divulgação

Um novo estudo, promovido pelo Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), sugere que a infecção pelo vírus zika também possa trazer complicações para os homens. Segundo a pesquisa, liderada pela infectologista Vivian Avelino-Silva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o zika pode causar infertilidade.

Quatorze homens infectados pelo vírus em 2016 participaram do estudo. Cinco deles fizeram o exame de espermograma e, em quatro, os resultados ficaram fora dos parâmetros de normalidade estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Observamos que, entre os cinco homens em que fizemos a coleta de sêmen, quatro tinham o valor fora do normal, considerando a normalidade com referência da OMS. Isso sugere que pode existir um efeito de infecção por zika que a gente ainda não conhecia, que é uma alteração prolongada, talvez até permanente, de infertilidade entre os homens”, disse Vivian em entrevista à Agência Brasil.

O estudo não é conclusivo e aponta a necessidade de que novas pesquisas sejam feitas. A pesquisadora destacou que a amostra era pequena e que a equipe não tinha exames desses cinco homens antes da infecção para comprovar que a alteração foi feita pelo zika.

“Não conseguimos provar, mas já existem estudos em animais que sugerem resultados semelhantes. Por isso achamos que o resultado é importante para que seja feito um estudo com um número maior de homens”, ressaltou a pesquisadora do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias.

O que é o zika vírus?

O vírus zika é um arbovírus. Arbovírus são os vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos. A doença pelo vírus apresenta risco superior a outras arboviroses, como dengue, febre amarela e chikungunya, para o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, Síndrome de Guillain Barré e outras doenças neurológicas. Uma das principais complicações é a microcefalia. A doença inicia com manchas vermelhas em todo o corpo, olho vermelho, pode causar febre baixa, dores pelo corpo e nas juntas, também de pequena intensidade

O transmissor (vetor) do zika é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, épocas quentes e úmidas. No entanto, o cuidado com a higene e a conscietização de não deixar água parada em nenhum dia do ano são fundamentais, tendo em vista que os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as condições propícias para desenvolvimento.

O mosquito Aedes Aegypti é o mesmo mosquito que transmite a dengue, a chikungunya e a febre amarela.

Zika vírus tem cura?

A infecção por zika vírus na maioria dos casos é uma doença branda e tem cura espontânea depois de 10 dias. As principais complicações são neurológicas e devem ser tratadas caso a caso, conforme orientação médica. Todo o tratamento é oferecido, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A febre por vírus zika é descrita como uma doença febril aguda, autolimitada, com duração de três a sete dias, geralmente sem complicações graves. Porém há registro de mortes e manifestações neurológicas, além de causar a microcefalia.

Como ocorre a transmissão do zika vírus?

Existem três formas principais de transmissão do zika:

  • Transmissão pela picada do mosquito Aedes Aegypti;
  • Transmissão sexual;
  • Transmissão de mãe para o feto durante a gravidez.

No caso do feto ser infectado durante a gestação, este pode desenvolver lesões cerebrais irreversíveis e ter comprometida, definitivamente, toda a sua estrutura em formação. As doenças neurológicas, especialmente nas crianças com a doença congênita (infectados no útero materno), têm sequelas de intensidade variável, conforme cada caso.

O comprometimento nesses casos é tão importante que algumas crianças, ao nascerem, têm microcefalia, uma deformação dos ossos do cabeça, sinal do não crescimento adequado do encéfalo (cérebro).

Não há evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leite materno, assim como por urina e saliva.

Quais são os sintomas do zika?

Os sintomas mais comuns associados ao vírus zika são:

  • “Vermelhão” em todo o corpo com muita “coceira” depois de alguns dias;
  • Febre baixa, muitas vezes não sentida;
  • Conjuntivite (olho vermelho) sem secreção;
  • Mialgia e dor de cabeça;
  • Dor nas juntas.

Todos os sintomas são de intensidade de leve a moderada.

Como prevenir o zika vírus?

As medidas de prevenção e controle são semelhantes aos da dengue e chikungunya. A melhor forma de prevenção, e a mais eficaz de todas elas, é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e pratos de plantas.

IMPORTANTE:  Atualmente não há vacina disponível contra o vírus zika. Por isso, é essencial que a população faça a sua parte. Se cada um agir corretamente e tomar todos os cuidados possíveis diários para evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, é possível evitar o zika, a microcefalia, a febre amarela, a dengue e a chikungunya.

Da Agência Brasil e Ministério da Saúde 

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