Mineiras procuram Ministério Público para denunciar abusos do médium João de Deus

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já ouviu sete mulheres que relataram ter sido abusadas pelo médium João de Deus, que faz atendimentos espirituais em Abadiânia, no interior de Goiás. As denúncias foram colhidas pelo órgão desde o início da investigação contra o médium até esta quarta-feira (12).

As possíveis vítimas de João de Deus procuraram o órgão por meio do canal de comunicação criado pelo MPMG para receber as denúncias. Todas foram realizadas por meio do telefone: (31) 3330-8394.

Segundo o Ministério Público, as denúncias estão sendo acolhidas, analisadas e as vítimas, quando desejam, estão sendo ouvidas pelo órgão. O canal ficará disponível e todo o teor será encaminhado para o Ministério Público de Goiás, que conduz a investigação em nível nacional.

Denúncias

As denúncias contra o médium goiano, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, vieram à tona na última sexta-feira (7), quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, levou ao ar relatos de mulheres que afirmam ter sido vítimas do médium.

Elas disseram que João de Deus as levou para cômodos isolados do centro espírita, onde as molestou sexualmente. Algumas mulheres afirmaram que o médium chegou a mostrar o pênis, forçando-as a tocá-lo, dizendo que era para curá-las. Desde então, mais mulheres buscaram outros veículos jornalísticos para novas denúncias contra o médium. Entre elas, algumas que moram no exterior.

“Estou nas mãos da Justiça”

“Irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo”, declarou o médium, nesta quarta-feira, ao aparecer, pela primeira vez após as denúncias na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde realiza consultas e aconselhamentos espirituais há 42 anos. Ele ficou pouco tempo no local e saiu alegando ser inocente das acusações.

Foi a primeira aparição pública de João de Deus desde que vieram a público as denúncias de que ele teria abusado sexualmente de frequentadoras do centro espírita. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), até ontem, 206 mulheres já tinham procurado atendimento alegando serem vítimas do médium.

A chegada do médium à Casa Dom Inácio foi marcada por uma confusão entre jornalistas que tentavam se aproximar e frequentadores e funcionários do centro que tentavam afastá-lo dos profissionais de imprensa. Segundo assessores da casa, João de Deus sentiu-se mal logo após o tumulto e, sem condições de atender às centenas de pessoas que o aguardavam, deixou o local poucos minutos depois.

De acordo com a assessora de imprensa da Casa Dom Inácio, Edna Gomes, João de Deus tem conversado pouco e garante ser inocente. “As denúncias realmente são gravíssimas e têm que ser apuradas. O ‘seu João’ está à disposição da Justiça para que a verdade seja descoberta”, disse a assessora, evitando entrar em detalhes sobre o teor das denúncias e sobre a estratégia que será adotada pela defesa do médium.

A previsão inicial é que o médium volte ao centro espírita amanhã, caso seu estado de saúde permita. “Enquanto puder, o seu João vai continuar o trabalho dele. E se a Justiça achar que ele não deve, ele também está aberto a ajudar para que as coisas sejam apuradas”, acrescentou Edna.

Com informações da Agência Brasil

 

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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