A bebê Maiah de apenas 26 dias mal chegou ao mundo, mas já chama atenção por uma característica inusitada. Filha da publicitária Talyta Youssef, de 40 anos, e do professor de kaitesurf Maycon Oliveira, de 30, a menina nasceu com uma condição genética e hereditária chamada de piebaldismo, que a faz se destacar: em meio aos cabelos pretos, ela conta com um feixe capilar totalmente branco. E, nesta semana, a aparência da pequena caiu nas graças de internautas de diferentes partes do país, mas principalmente de belo-horizontinos, por conta de fotos publicadas nas redes sociais. Vem ver os cliques (e tente não se apaixonar também).
A fotógrafa Paula Beltrão, de 40 anos, foi a responsável por registrar em imagens os primeiros dias de vida de Maiah. Ao BHAZ, ela contou nesta quinta-feira (13) ter ficado impressionada com a aparência da bebê. “Eu ia fazer fotos do parto da Talyta, mas a equipe médica não autorizou e, assim que ela nasceu, fizemos o ensaio”, explica. “Eu me encantei absolutamente com a Maiah. Além de ter a mexa branca no cabelo, ela é uma bebê grande e muito tranquila. Dormiu durante todo o ensaio”, conta. “Acho que as fotos fizeram esse sucesso todo porque as pessoas estão carentes de coisas bonitas, felizes”, pondera ao falar da repercussão dos cliques na web.
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A felicidade de Paula só não é maior do que a de Talyta. A mãe da garotinha explica que ela e a avó de Maiah também possuem piebaldismo. A diferença, no entanto, está no fato de que a publicitária, que também é produtora de eventos, sofreu bastante ao longo da vida por conta da condição. “Eu sofri muito bullying, cheguei a cortar o cabelo e deixava de usar algumas roupas por conta disso. Aprendi que era diferente, mas com a Maiah não será assim”, conta. “Tenho percebido uma onda de amor e ternura em volta da minha filha, ela será criada para entender que é especial, que a condição não pode afetar a autoestima dela”, explica.
Talyta diz ainda que sempre soube das chances de a filha nascer com o piebaldismo, mas que foi uma surpresa vê-la. “Eu e meu marido nos olhamos e repetimos uma brincadeira que fazíamos ao longo da gestação. ‘Ela nasceu pintadinha’, repetimos ao mesmo tempo. A gente amou, é uma característica única, marcante”, pondera. “No hospital também foi muito legal, todo mundo passava pelo quarto e pedia para vê-la”, afirma a belo-horizontina, que já sabe todos os cuidados que deve tomar para que a filha se desenvolva bem e saudável.
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“Desde pequena eu sempre tive os cuidados, aprendi a passar protetor solar no corpo todo. O cuidado maior é em relação ao sol, já que o que ocorre é uma despigmentação da parte branca, nesse caso o cabelo. É uma condição que não sofre alterações ao longo do desenvolvimento, nasceu com a mancha e a mancha não se altera”, conta a mulher.
Para a publicitária, a repercussão das fotos da filha ainda ensinou a ela uma lição. Contrária a se expor nas redes sociais, a mãe diz ter entendido que mostrar a condição pode ajudar outras pessoas, principalmente a aquelas que não têm informações sobre o piebaldismo. “Muita gente desconhece, podem achar que é algo grave, por isso também é legal levar informação”, diz.
Comparações
Se você conhece um pouco de cultura pop, certamente associou a aparência de mãe e filha a personagens clássicos do cinema e dos quadrinhos. De Cruela, dos 101 Dálmatas, passando por Vampira e Tempestade, dos X-Men, até a Mortícia da Família Addams, as comparações eram frequentes com Talyta. E, ao que parece, não será diferente com Maiah.
“Eu e o pai dela estamos nos divertindo bastante com os comentários e piadas. Eu escutei muito por conta do meu caso e agora acho o maior barato. As pessoas comentam em tom de brincadeira e de forma respeitosa, então é tranquilo”, conta. “Já vi várias piadas ao longo desses dias. ‘A filha da Vampira nasceu’, ‘Um cosplay pronto’ e ‘Parece a filha do Ximbinha’ [Calypso] são algumas das que mais me chamaram atenção”, diverte-se a mãe.
Piebaldismo
O piebaldismo é uma condição genética e hereditária que afeta a produção de melanina, pigmento que dá cor à pele. Os portadores apresentam partes do corpo com despigmentação, que pode variar desde o cabelo até a pele, e as áreas afetadas não crescem ao longo da vida. É importante ressaltar ainda que a condição não é contagiosa, mas exige cuidados principalmente em relação ao sol. É preciso proteger as partes despigmentadas para que o risco de aparecimento de doenças relacionadas à exposição solar seja menor.