Áudio mostra que Edson Brittes recebeu conselhos de policial civil afastado

Foto Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Paraná – Reproduçao/RPC

Um áudio vazado mostra que o empresário Edison Brittes Júnior, conhecido como ‘Juninho Riqueza’, assassino confesso do jogador Daniel Corrêa, recebeu conselhos de um policial antes de admitir o crime à polícia. As gravações mostram que o policial civil afastado Edenir Canton, conhecido como ‘Gaúcho’, indicou um advogado ao assassino.

As informações foram divulgadas pela RICTV Curitiba. O policial, que está afastado porque responde judicialmente por homicídio ocorrido em 2015, aconselha Juninho a não procurar o defensor Cláudio Dalledone Júnior sem antes “montar uma estratégia” de defesa.

“Juninho, sou eu, o Gaúcho. Não vai atrás do Dalledone – criminalista que defende a família Brittes atualmente-. Vem aqui. Não vai atrás do Dalledone senão você vai tomar no c… Passa aqui que temos que montar uma estratégia técnica. Senão o Dalledone só fica na conversa, te prende e você está f***”, diz o policial na gravação.

Logo após a conversa com o policial, o empresário enviou dois áudios ao advogado Rafael Pellizetti pedindo para marcar um encontro e citando a indicação de Gaúcho.

Em entrevista ao UOL Esportes, o advogado Rafael Pellizetti afirmou que não aceitou defender Edison Brittes no caso Daniel Corrêa. Ele contou que o empresário o procurou quatro dias após o crime. “Ele me procurou no dia 31 de outubro e me relatou o que tinha corrido. Em virtude da brutalidade e covardia do crime, eu entendi que não poderia fazer esse tipo de defesa e aí ele decidiu por um próximo advogado”.

Policial afastado

Edenir Canton, o policial com quem Edison trocou mensagens, é acusado de ter participado do homicídio de Ricardo Geffer, morto em 28 de abril de 2015 após uma abordagem policial. Outros seis policiais e o ex-delegado, que se tornou deputado estadual, Rubens Recalcatti, são acusados pela morte de Geffer

A vítima era suspeita de ter assassinado João Dirceu Nazzari, ex-prefeito do Rio Branco do Sul (PR), em 12 de abril de 2015. Para os promotores, o homicídio de Geffer foi uma execução.

Atualmente, o caso está com recurso sendo analisado no Tribunal de Justiça do Paraná que avalia se o processo subirá para o STJ, já que um dos acusados é deputado.

O criminalista Claudio Dalledone Júnior, que defende a família Brittes no homicídio de Daniel, também atua como defensor Rubens Recalcatti no caso Geffer.

O advogado do policial Edenir Canton, Samuel Rangel, divulgou uma nota oficial negando os áudios. Confira:

“Na qualidade de procurador e advogado do Senhor Edenir Canton, e tendo em vista o vazamento de áudios de supostas conversas suas com o acusado da morte do jogador Daniel, venho informar que estamos tomando conhecimento de tais áudios, e que maiores esclarecimentos serão apresentados no momento oportuno e para a autoridade competente, bastando por hora informar que não tem qualquer participação nos fatos, nem tampouco manteve qualquer conversa via seu celular ou através do aplicativo WhatsApp com o referido acusado, reiterando a intenção de colaborar com as autoridades em toda e qualquer investigação, dispondo-se a comparecer perante às autoridades competentes sempre que intimado.”

Caso Daniel

O corpo do jogador Daniel Corrêa foi localizado em 27 de outubro em um matagal de São José dos Pinhais. Antes de desaparecer, ele havia participado de uma festa na casa da família Brittes. A perícia confirmou que o jogador foi morto com golpes de arma branca e que teve o órgão genital arrancado. Em sua defesa, Edson alega que matou Daniel porque ele teria tentado estuprar sua mulher, Cristiana Brittes.

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