A retirada de cláusulas do contrato de trabalho aliado ao baixo reajuste salarial podem contribuir para uma greve dos metroviários de Belo Horizonte a partir desta terça-feira (18). Uma assembleia da categoria, marcada para esta segunda-feira (17), às 18h, na Praça da Estação, definirá se os serviços serão interrompidos.
Ao BHAZ, Romeu José Machado Neto, presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), disse que há um impasse no acordo coletivo e que o aumento salarial não está seguindo a inflação. “A greve é um impasse na negociação do acordo coletivo. Querem modificar/retirar 12 cláusulas que são de caráter social. Tentamos várias propostas mas recusaram. Estão propondo aumento salarial de 1%, não resta outra alternativa a não ser deflagrar a greve”, disse.
Para Róbson Zeferino, diretor jurídico do Sindimetro-MG, o baixo reajuste salarial é decorrente da atuação da equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). “Sabemos que há interferência do novo governo. Nossa data base é maio e ainda não fechamos o acordo”, disse.
Escala mínima deve ser cumprida
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte obteve liminar determinando que o metrô deverá funcionar com no mínimo 80% dos trens, das 5h30 às 10h e das 16h às 20h, de segunda a sexta-feira e, de pelo menos 60%, nos demais horários e dias de semana.
Além disso, é preciso o funcionamento integral, durante quatro hora se meia, das áreas de manutenção de rede aérea, via permanente, sistemas fixos, oficina de manutenção, entre outras.
Caso a greve ocorra e as determinações sejam descumpridas, o Sindimetro-MG precisará pagar multa de R$ 300 mil. Não foi especificado se o valor é por dia ou período de paralisação.
O metrô de BH faz 90 mil viagens por ano, transportando 60 milhões de passageiros/ano (média de 5 milhões de passageiros por mês).