Solenidade de diplomação é marcada por briga e troca de acusações: ‘Nunca tive medo de vagabundo’

Henrique Coelho/BHAZ + Vitor Fórneas/BHAZ

Na diplomação dos eleitos em Minas Gerais uma troca de acusações entre os deputados federais Rogério Correia (PT) e Cabo Junio Amaral (PSL) ofuscou a solenidade realizada no Palácio das Artes, na noite desta quarta-feira (19). Em determinado momento da entrega dos diplomas, o petista apresentou uma placa com os dizeres “Lula Livre” e que causou a ira de algumas pessoas que estavam na plateia e de parlamentares.

Cabo Junio, correligionário do presidente eleito, Jair Bolsonaro, levantou de seu assento na tentativa de retirar os dizeres das mãos do petista quando ambos trocaram socos. “Ele fez uma manifestação fora da vez dele. Se não tem ordem a gente vai lá e resolve. Achou que eu ficar na minha? Tenho 11 anos de polícia e nunca tive medo de vagabundo e não vai ser agora não”, disse. Para o petista, ele teve seu direito de manifestação interrompido. “Um deputado neofacista tentou arrancar [a placa] e eu reagi quando ele tentou me atacar com soco”, alegou.

Os parlamentares envolvidos na discussão estarão no Congresso Nacional a partir do próximo ano, quando representarão Minas Gerais na capital federal. Sobre a futura convivência dos dois, Rogério disse que esse era o risco que a população sofria com candidatos que adotam “práticas neofacistas”. “Ele podia trazer a placa que quisesse e defender a ideia dele, mas ele vaiou e agrediu. Aos poucos a população vai vendo o que é o autoritarismo”, afirmou.

O petista concluiu dizendo que estudará as medidas que serão tomadas, mas garantiu que procurará a Justiça e que processará o parlamentar do PSL. “Um deputado tentou atingir um idoso. Ele é militar e já prometeu morte aos outros. Vou me resguardar, pois me sinto coagido”.

A deputada eleita Beatriz Cerqueira exibe placas no momento da diplomação (Henrique Coelho/BHAZ)

Zema diz que é hora de “arregaçar as mangas”

O empresário e futuro governador, Romeu Zema, destacou que será preciso “arregaçar as mangas” para tirar o “Estado da UTI”. “Paciência, persistência e união em torno do mesmo projeto”, disse.

Ele ainda enfatizou que será o governador da “união de todas as regiões”. “O povo mineiro será o principal foco de nossa gestão. É preciso respeitar os trabalhadores, idosos e crianças, aqueles que trabalham e querem trabalhar”, disse.

Zema não deixou de abordar a situação financeira enfrentada pelos municípios mineiros devido À falta de repasse de recursos financeiros. “Somos 853 cidades que passam por situação de quase falência e as prefeitura não recebem o dinheiro que é delas. Quem paga por isso é a população”, concluiu.

Em sua fala, o presidente do TRE-MG, desembargador Pedro Bernardes, destacou que o pleito deste ano foi um dos, senão o mais, desafiador da história de Minas Gerais e do Brasil. “Encerramos neste ato solene o processo eleitoral em Minas Gerais. Deixo registrado profundo agradecimento aos profissionais que dele participaram”, disse.

Romeu Zema recebe o diploma das mãos do presidente do TRE-MG (Henrique Coelho/BHAZ)
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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