Usuários do transporte público em Belo Horizonte podem se preparar para um novo aumento. Nesta sexta-feira (21), o prefeito da capital, Alexandre Kalil, apresentou junto a representantes da Maciel Consultores os resultados da abertura da caixa preta da BHTrans que analisou 104 mil documentos. O presidente da empresa responsável pelo trânsito na capital, Célio Bouzada, também esteve presente.
Além de não encontrar nenhuma irregularidade nos contratos da BHTrans, a auditoria definiu que o valor de tarifa considerado o ideal para que as empresas consigam arcar com custos operacionais e de manutenção do ônibus seria de R$ 6,35. Para Kalil, no entanto, o preço é inviável de se praticar por conta do atual cenário econômico vivido pela população mais pobre.
O prefeito da capital destacou que ficou “surpreso” com o resultado e que inicialmente esperava abrir somente uma caixa preta. “Quero dizer que esperava abrir uma caixa e nós abrimos praticamente 400. É assim que a PBH trabalha junto com a BHTrans”, disse.
Já segundo a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a tarifa deveria variar de R$ 5 a R$ 5,61 a partir da observação de valores registrados em tabela. Durante o encontro, Kalil explicou que uma reunião será realizada nesta sexta-feira, às 14h, para que o aumento da tarifa seja discutido com empresários e finalmente decidido.
Ainda de acordo com o prefeito, os dados da auditoria – que durou cerca de 8 meses -, estão disponíveis no site da PBH, no menu BHTrans, e podem ser contestados por quem quer que seja. “Terão acesso [aos documentos] os movimentos sociais, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), vereadores e todos que quiserem vasculhar”, ponderou.
Kalil ressaltou também que BH tem uma das menores tarifas do país e exemplificou citando São Paulo, onde as passagens custarão R$ 6,81 a partir de janeiro. “Temos que viabilizar as passagens”, disse.