O aumento no valor das passagens dos ônibus do transporte coletivo de Belo Horizonte continua repercutindo. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito, na sexta-feira (28), para apurar o reajuste de 11% na tarifa que eleva o preço do coletivo de R$ 4,05 para R$ 4,50 a partir deste domingo (30) e causou a ira do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS).
Pelas redes sociais, o mandatário afirmou que a auditoria dos contratos das empresas de ônibus com a BHTrans está publicada e que o MPMG receberá os documentos analisados. “Não temos satisfação a dar a ninguém”, publicou o chefe do Executivo em seu Twitter.
Temos um contrato e uma auditoria publicada. Não temos satisfação a dar a ninguém. Autorizei a entrega imediata dos documentos ao MP e ponto final.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) 28 de dezembro de 2018
O Tarifa Zero solicitou à Justiça que o decreto publicado por Kalil, no Diário Oficial do Município (DOM), autorizando o aumento das passagens seja cancelado. Para o movimento, houve ilegalidades na auditoria, falta de participação popular e falta de transparência no decreto.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tem 72h, após ser notificada, para esclarecer ao órgão o reajuste das passagens.
‘Mal-entendido’
Após a publicação dizendo que não precisa dar satisfação a ninguém sobre o reajuste das tarifas, Kalil voltou ao Twitter para esclarecer o que na visão dele foi um “mal-entendido”. “Pessoal, postei errado e houve um mal-entendido. Ao povo continuarei dando satisfação: 400 caixas e 104 mil documentos”, disse. O prefeito ressaltou: “Estou puto é com o MP”.
Pessoal, postei errado e houve um mal-entendido. Ao povo dei e continuarei dando satisfação: 400 caixas e 104 mil documentos. Estou puto é com o MP. https://t.co/jV3oJ9CtLI
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) 29 de dezembro de 2018
Apesar de dizer que continuará dando satisfação ao povo, internautas criticam o posicionamento do prefeito de BH. “Pode ficar puto o tanto que quiser. O MP está fazendo sua função de fiscalizar seu trabalho porco”, publicou uma pessoa. “Auditoria fajuta e sem elementos que corroboram o aumento de passagem. O MP está corretíssimo em abrir inquérito”, disse outro.
Vergonha ! Tem que prestar contas com a população É TODA HORA. O senhor anda muito de jatinho, tem motorista particular pra ir pra prefeitura… O pior foi o teatro da sua campanha andando de ônibus e as empresas batendo na mesa e comandando a cidade.
— Verton (@EwertonRezende) 29 de dezembro de 2018
Postou errado sim senhor prefeito, o aumento na passagem em 2017 simplesmente acumulou, e veio junto a 2018, mas vou te refrescar a memória vossa excelência só saiu vitorioso na eleição porque era o menos ruim. Seus discursos asquerosos não convence mais, 2020 vem ai.
— Kempes Lima Topógrafo e Eng Civil 90%. PSL 17 MG (@Kempes11194875) 29 de dezembro de 2018
Aumento nas tarifas
O reajuste nas tarifas do transporte público foi definido na última quarta-feira (26) durante reunião entre representantes da BHTrans e do Sindicato das Empresas de Transporte de Belo Horizonte (Setra-BH).
Além da nova tarifa, foi estabelecido que 300 novos ônibus com ar condicionado serão incorporados à frota e 500 cobradores serão contratados. Além disso, a Guarda Municipal estará presente nos coletivos no fim do dia e um grupo de trabalho será criado para pensar melhorias do transporte da cidade.
Confira os reajustes:
- De R$ 4,05 para R$ 4,50;
- De R$ 0,90 para R$ 1 (vilas e favelas);
- A passagem das linhas alimentadoras de R$ 2,85 passará a custar R$ 3;
- Táxi lotação que custa R$ 4,45 vai a R$ 5.
Segundo a BHTrans, o último reajuste nas tarifas do sistema de transporte de Belo Horizonte ocorreu em 2016.