MP abre inquérito para apurar aumento de tarifa e Kalil esbraveja: ‘Não temos de dar satisfação a ninguém’

Vetos poderão ser mantidos ou derrubados pelos vereadores (Amira Hissa/PBH + Yuran Khan/BHAZ)

O aumento no valor das passagens dos ônibus do transporte coletivo de Belo Horizonte continua repercutindo. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu inquérito, na sexta-feira (28), para apurar o reajuste de 11% na tarifa que eleva o preço do coletivo de R$ 4,05 para R$ 4,50 a partir deste domingo (30) e causou a ira do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS).

Pelas redes sociais, o mandatário afirmou que a auditoria dos contratos das empresas de ônibus com a BHTrans está publicada e que o MPMG receberá os documentos analisados. “Não temos satisfação a dar a ninguém”, publicou o chefe do Executivo em seu Twitter.

O Tarifa Zero solicitou à Justiça que o decreto publicado por Kalil, no Diário Oficial do Município (DOM), autorizando o aumento das passagens seja cancelado. Para o movimento, houve ilegalidades na auditoria, falta de participação popular e falta de transparência no decreto.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tem 72h, após ser notificada, para esclarecer ao órgão o reajuste das passagens.

‘Mal-entendido’

Após a publicação dizendo que não precisa dar satisfação a ninguém sobre o reajuste das tarifas, Kalil voltou ao Twitter para esclarecer o que na visão dele foi um “mal-entendido”. “Pessoal, postei errado e houve um mal-entendido. Ao povo continuarei dando satisfação: 400 caixas e 104 mil documentos”, disse. O prefeito ressaltou: “Estou puto é com o MP”.

Apesar de dizer que continuará dando satisfação ao povo, internautas criticam o posicionamento do prefeito de BH. “Pode ficar puto o tanto que quiser. O MP está fazendo sua função de fiscalizar seu trabalho porco”, publicou uma pessoa. “Auditoria fajuta e sem elementos que corroboram o aumento de passagem. O MP está corretíssimo em abrir inquérito”, disse outro.

Aumento nas tarifas

O reajuste nas tarifas do transporte público foi definido na última quarta-feira (26) durante reunião entre representantes da BHTrans e do Sindicato das Empresas de Transporte de Belo Horizonte (Setra-BH).

Além da nova tarifa, foi estabelecido que 300 novos ônibus com ar condicionado serão incorporados à frota e 500 cobradores serão contratados. Além disso, a Guarda Municipal estará presente nos coletivos no fim do dia e um grupo de trabalho será criado para pensar melhorias do transporte da cidade.

Confira os reajustes:

  • De R$ 4,05 para R$ 4,50;
  • De R$ 0,90 para R$ 1 (vilas e favelas);
  • A passagem das linhas alimentadoras de R$ 2,85 passará a custar R$ 3;
  • Táxi lotação que custa R$ 4,45 vai a R$ 5.

Segundo a BHTrans, o último reajuste nas tarifas do sistema de transporte de Belo Horizonte ocorreu em 2016.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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