Policiais prometem fazer protesto em frente à casa dos pais de Zema por pagamento do 13º

Policiais tentarão “sensibilizar” os pais de Zema (Omar Freire/Imprensa MG + Henrique Coelho/BHAZ)

Insatisfeitos com o parcelamento dos salários, com o atraso do pagamento do 13º e com a alegada falta de diálogo do governo do Estado, policiais se mobilizam para realizar protestos contra o governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Além das reivindicações citadas, os servidores cobram o reajuste do salário e o pagamento do plano de saúde.

Somando os bombeiros a policiais militares e civis, Minas Gerais possui aproximadamente 56 mil servidores da segurança na ativa. O coordenador do Movimento Pacífico dos Profissionais de Segurança Pública, coronel Domingos Sávio de Mendonça, disse ao BHAZ que será realizado um protesto na porta das casas dos pais do governador, em Araxá, no Alto Paranaíba, em fevereiro.

O coronel Domingos cobra do novo governador espaço para diálogo, algo que, segundo ele, ainda não ocorreu. “Precisamos restabelecer a linha de diálogo com o governo. Nosso pessoal está apavorado, pois o fim do mês chega e sequer sabemos quando vamos receber. As contas não esperam a divulgação da escala de pagamento”, conta.

Apesar de Romeu Zema ter anunciado nas redes sociais que até sexta-feira (25) uma proposta será apresentada sobre o pagamento do 13º, Mendonça acredita que o chefe do Executivo mineiro deverá parcelar os vencimentos. “Já deveríamos ter recebido o 13º e lutamos para que ele seja pago integral. No Judiciário tudo foi quitado na data correta. Com certeza eles parcelarão o nosso 13º também”, acredita.

Protesto realizado por cerca de 100 servidores no dia da troca de comando da PM (Vitor Fórneas/BHAZ)

Protestos

No próximo dia 29 de janeiro, o movimento promete bloquear a MG-10, rodovia que dá acesso à Cidade Administrativa, para a realização de protesto. “Estão querendo aumentar nossa contribuição previdenciária de 8,5% para 14%, porém estamos há seis anos sem reajuste salarial. Isso está na nossa pauta de reivindicação”, conta. “O salário bruto inicial de um soldado da PM é de aproximadamente R$ 4.097, com os descontos vai para R$ 3,5 mil. Na prática querem diminuir os salários [com a alteração da contribuição previdenciária]”.

Procurada, a assessoria do Governo de Minas afirmou, por nota (veja na íntegra abaixo) que “é prematuro falar em aumento da contribuição previdenciária dos servidores ou em qualquer outra medida, uma vez que os dados levantados para traçar um diagnóstico real da situação financeira do Estado de Minas Gerais, assim como as eventuais contrapartidas para a adesão ao Programa de Regime de Recuperação Fiscal, ainda estão em análise”.

Em Araxá, os policiais pretendem “sensibilizar” os pais de Romeu Zema para que eles convençam o filho a dialogar com a categoria. “Queremos fazer o protesto na porta dos pais dele no quinto dia útil de fevereiro. Vamos decidir em reunião se o movimento irá ou se será um ato independente. Quem sabe sensibilizando os pais do Zema, ele acaba sendo convencido a conversar com a gente?”, diz.

As realizações dos atos citados pelo coronel Mendonça têm a participação dos Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindipol), Associação dos Delegados da Polícia Civil de Minas Gerais (Adepol-MG), Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) e Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais (CSCS).

Procurada, a assessoria do Governo de Minas afirmou que “é prematuro falar em aumento da contribuição previdenciária dos servidores ou em qualquer outra medida, uma vez que os dados levantados para traçar um diagnóstico real da situação financeira do Estado de Minas Gerais, assim como as eventuais contrapartidas para a adesão ao Programa de Regime de Recuperação Fiscal, ainda estão em análise”.

Nota do Governo de Minas na íntegra:

“É prematuro falar em aumento da contribuição previdenciária dos servidores ou em qualquer outra medida, uma vez que os dados levantados para traçar um diagnóstico real da situação financeira do Estado de Minas Gerais, assim como as eventuais contrapartidas para a adesão ao Programa de Regime de Recuperação Fiscal, ainda estão em análise.

Quanto ao 13º salário dos servidores não pago pela gestão passada, o governador Romeu Zema afirmou nesse domingo, pelo Twitter, que, até a próxima sexta-feira (25/1), deverá ser apresentada uma forma de saldar este compromisso não honrado pelo governo anterior”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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