Após um sumiço inexplicável e polêmico, o gabinete 24 do Senado Federal voltou à tona é será ocupado polo senador mineiro, Rodrigo Pacheco (DEM). Nesta sexta-feira (1º), Pacheco toma posse na Casa e já anunciou que vai ocupar o espaço que estava desaparecido desde 2014.
“Fiz o que é certo. Se o motivo anterior foi preconceito, ele deixou de existir. Ao invés de deixar de existir o gabinete 24, é melhor deixar de existir o preconceito”, disse o senador Rodrigo Pacheco.
Há quatro anos, o gabinete desapareceu do Senado em uma manifestação subentendida de preconceito. A numeração dos espaços seguia normalmente a sequência mas, inexplicavelmente, pulava do número 23 para o 25.
Até 2014, o gabinete era usado pelo senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), que trocou para um espaço maior, ainda naquele ano. O senador substituto que assumiu o local, Dário Berger (MDB-SC) pediu para que o número fosse alterado para o 26.
O jornal Folha de S. Paulo, que foi o veículo que levantou a denúncia sobre o sumiço do gabinete, tentou conversar com Berger, mas o senador não deu explicações.
Segundo o sociólogo e professor universitário, Gilvan Araújo, a repulsa ao número 24 pode ser explicada socialmente. “É um número que remetia ao veado no jogo bicho, que é um animal que, sabidamente, se relaciona sexualmente com outros do mesmo sexo. Trata-se de uma manifestação clara de preconceito”, afirma.
De acordo com o professor, as evidências de preconceito podem ser notadas em outros setores, além da política. “Nós vivemos em uma sociedade preconceituosa e machista. Por exemplo, no futebol também há a rejeição ao 24. Qualquer coisa que tenha relação com a homossexualidade vem acompanhado de preconceito”.
