BBB mineiro volta a atacar religião de matriz africana e mãe grava vídeo aos prantos: ´Estão apedrejando meu filho´

Twitter + TV Globo/ Reprodução

A mãe do mineiro Maycon Silva, integrante da 19ª edição do Big Brother Brasil, gravou um vídeo em defesa do filho, que tem protagonizado polêmicas desde o início de sua participação no reality da TV Globo. Na madrugada desta segunda-feira (11), o participante voltou a fazer comentários racistas e chegou a insinuar que uma “sister” ficou doente por causa de “trabalhos” espirituais de dois negros, Gabriela Hebling e Rodrigo França (veja mais abaixo).

Rozana Santos, moradora de Piumhi, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, desabafou nas redes sociais sobre as críticas a Maycon. “Gente, encarecidamente. Essas pessoas que estão fazendo isso, caluniando meu filho, gente… por favor, ele não fez nada disso. Ele não faz nada. Ele é um menino humilde, ele é um menino bom, gente. Vocês estão apedrejando meu filho. Ele só queria uma casa pra nós morar, uma decência de vida melhor pra ele… O que vocês estão fazendo, gente. Para!”, pediu a mãe aos prantos.

Maycon tem sido criticado por declarações polêmicas e consideradas preconceituosas. Nos primeiros dias, o mineiro contou para outros participantes do reality que já amarrou uma “bombinha” no rabo de um gato, além de ter adesivado o corpo do animal para que ele andasse de forma estranha.

Na semana inicial do programa, internautas se revoltaram com outra declaração de Maycon Santos. Sentado com os demais participantes, na área externa da casa, ele confessou já ter praticado zoofilia, que é o sexo com animais. Disse que a primeira vez que fez sexo teria sido com uma cabrita. No dia seguinte, contou que também já tinha violentado galinhas.

Na última terça-feira, o jovem virou assunto nas redes sociais após associar a saída da participante Hana Khalil ao presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Maycon afirmou que a carioca foi eliminada porque o país não está aceitando pessoas muito revolucionárias. “Eu penso que o Brasil hoje em dia está muito família. Você vê pelo nosso presidente. Qualquer coisa que você fizer que for, tipo, muito revolucionário….o Brasil não tá nessa fase. O Brasil quer mudança”, opinou.

A mais recente polêmica envolvendo o jogador foi no último final de semana. A hashtag #BastaDeRacismoNoBBB chegou ao topo do Trending Topics (assuntos do momento) do Twitter entre usuários da rede no Brasil na manhã deste domingo (10).

A manifestação de repúdio ao preconceito racial é uma resposta direta a cenas transmitidas durante uma festa que movimentou os participantes do reality na madrugada. Em determinado momento da confraternização, Maycon se isolou e disse ter sentido arrepios ao ver os colegas de confinamento Gabriela Hebling e Rodrigo França, ambos negros, interpretando músicas que classificou como “esquisitas”.

Uma das canções em questão é “Identidade”, de Jorge Aragão, que fala sobre o preconceito e a valorização da raça negra. Ao ver Gabriela e Rodrigo juntos na pista de dança, Maycon seguiu para um dos quartos na casa do BBB. Em seguida, disse ao colega Diego que não queria voltar para a festa: “Tá o Rodrigo e a Gabi lá… com umas músicas muito estranhas”.

Ao retornar para a festa, Maycon disse que ouviu vozes ao ver a cena de Rodrigo e Gabi. “Escutei: ‘Não faça igual eles’. Aí veio Jesus Cristo na minha mente e, tipo assim, para a vida, não aqui, para a vida inteira… se você fazer [sic] igual eles, eles ganha [sic] mais força”, disse o rapaz.

Grupo volta a fazer julgamentos sobre religiões de matriz africana

Na madrugada de hoje, Maycon, Paula e Hariany voltaram a criticar as religiões de matriz africana. Desta vez, ficou ainda mais claro o julgamento dos participantes, que insinuaram, durante toda a conversa, que Rodrigo e Gabriela estariam fazendo “trabalhos” espirituais para prejudicar outros participantes.

Maycon iniciou a conversa falando sobre a noite anterior, quando disse ter sentido arrepios ao ver Gabi e Rodrigo dançando. Nesta madrugada, ele disse que respeita as religiões, mas que tem medo. “Eu respeito esses negócios de religião, mas tenho medo desses negócios. Eles falam de Oxum, essas coisas”.

Após a declaração do mineiro, a goiana Hariany Almeida garantiu que presenciou Rodrigo e Gabriela falando sobre fazer trabalhos espirituais, no dia do último paredão.

Em seguida, Paula emendou dizendo que “eles são muito chegados a Oxum, Oxalá… eles são pesadão. Por isso falei que tenho medo de votar no Rodrigo”.

Maicon voltou a afirmar que os colegas de confinamento desejavam o mal a outros participantes. “A Isa falou pra mim: ‘A Gabi é uma pessoa boa’. Eu falei que talvez ruim é o que tá andando junto com ela. Esses dias que ela (Isabela) ficou doente foi muito estranho. Mas acho que não era pra ela não. Acho que era pra mim”, insinuou o jogador.

De acordo com o Art. 208 do Código Penal (CP) brasileiro, intolerância religiosa é crime e pode resultar em até um ano de detenção, além de multa. O capítulo do CP a respeito dos “Crimes contra o Sentimento Religioso” prevê a proibição de “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

Sinara Peixoto

Formada em Comunicação Social com Ênfase em Jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte e com pós-graduação na PUC Minas em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa. Atuou como editora na CNN Brasil, desde a estreia do veículo no país, e na edição do Portal BHAZ. Também despenhou várias funções ao longo de 7 anos na TV Record Minas, onde entrou como estagiária.

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