‘P.S. Eu Te Amo’: Mulher encontra bilhetes deixados pelo marido que morreu de câncer

Reprodução/Facebook

Gerente de um “exército de salvação” na cidade de Newport, no País de Gales, Lucy Kelsall de 35 anos tem emocionado milhares de pessoas ao redor do mundo desde que resolveu compartilhar a história de amor entre ela e o marido, que morreu vítima de um câncer na garganta. A trajetória dos dois lembra, bastante, o filme “P.S. Eu Te Amo”, que tornou-se um dos mais famosos e lembrados, principalmente nas redes sociais, quando o assunto são romances.

Lucy e o marido David se conheceram em um centro de reabilitação, onde passaram a trabalhar mais tarde. Ela chegou ao local por problemas com consumo de drogas e ele, de álcool. Os dois se recuperaram e decidiram viver juntos. Tudo corria perfeitamente bem e a mulher engravidou. Foi então que o marido começou a sentir fortes dores na garganta. Depois de algum tempo, ele foi ao médico e recebeu o diagnóstico de um câncer. David começou a se tratar e, apesar da doença, não se deixou abater. O casal ficou focado na criança, mas Lucy sofreu um aborto.

David deixou bilhetes para a mulher antes de morrer (Reprodução/Facebook)

“Eu me senti paralisada de medo ao pensar que poderia perder meu marido, e posso dizer que David também estava com medo. Na época, descobri que estava esperando um bebê, então tentamos nos concentrar nessa notícia incrível, mas duas semanas após o diagnóstico de David, eu abortei. Parecia que tudo estava desmoronando”, contou ela em entrevista ao The Sun.

Durante o tratamento, que envolveu diversas sessões de quimioterapia e radioterapia, David removeu os gânglios linfáticos, mas outros caroços voltavam a aparecer. Ele desenvolveu cinco tumores ao longo de quatro anos e, por fim, teve a caixa de voz e a laringe removidas, o que o fez perder a capacidade de falar. “Sem voz, ele começou a escrever bilhetes de amor para expressar como se sentia. Eles apareceriam em lugares inesperados: no carro, espalhados pela sala de estar ou debaixo do travesseiro. Toda vez que eu encontrava um, meu coração dava um pulo”, explicou Lucy.

HUW JOHN/The Sun

Por algum tempo, o casal tentou esquecer o câncer de David, mas a doença voltou agressivamente e atingiu os pulmões. Ele envolveu uma artéria e os médicos não puderam removê-lo. Não havia mais o que fazer. “Eu comecei a chorar quando David me abraçou com força”, relembra ao contar que os dois passaram os restos dos dias de David abraçados e vendo filmes. “Ele não tinha força para escrever mais, mas a última coisa que ele fez conscientemente foi tocar ‘Can’t Help Falling in Love’, do Elvis Presley, no celular dele”, disse.

Depois dos dias juntos, David faleceu e Lucy ficou arrasada. Ela mal conseguia sair da cama por semanas. Quando conseguiu reunir forças, resolveu tomar café da manhã e encontrou o primeiro bilhete do marido dentro de uma caixa de cereal. “Meu coração se partiu e passei semanas em casa soluçando. Amigos e familiares foram uma ajuda incrível, mas fiquei arrasada. Na primeira manhã em que consegui me arrastar para fora da cama, encontrei o bilhete de David em minha tigela de cereal”, conta.

“Lendo suas palavras amorosas, senti que ele ainda estava perto de mim. Eu estava evitando separar seus pertences, mas desesperada para descobrir se ele deixou mais notas, corri para a gaveta de sua escrivaninha. Ao abrir, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver cartões endereçados a mim para o dia dos namorados, nosso aniversário e meu aniversário”, continua.

Reprodução/Facebook

Agora, Lucy realiza procedimentos para tentar engravidar do marido, já que os dois resolveram congelar esperma dele logo que o homem adoeceu. “Mesmo agora, sempre que leio uma das anotações de David, lembro-me de que ele sempre estará comigo de alguma forma. Congelamos o esperma dele antes do tratamento, então estou passando por fertilização in vitro para tentar ter um bebê. Eu já mudei de casa e eu não sei se vou encontrar outro bilhete dele, mas quem sabe? Eu nunca vou parar de procurar”.

 

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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