BH tem quase 1 mil casos suspeitos de dengue em análise; investigação ocorre em até 60 dias

População deve cuidar de água parada em pratinhos e vasos de plantas em casa (Fotos: Youtube/Reprodução)

Belo Horizonte tem, até esta terça-feira (12), 99 casos confirmados de dengue, mas o excessivo número de casos notificados pendentes de resultados pode indicar índice bem maior da doença na capital: há cerca de 1 mil exames ainda em investigação. Para chikungunya, há 16 casos sendo apurados e três para zika vírus.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), há 987 casos notificados de dengue pendentes de resultados; e já foram investigados e descartados 197 casos. A justificativa para o alto número de exames pendentes é que o município segue protocolo do Ministério da Saúde em que a investigação dos casos de dengue ocorre em até 60 dias. “Os casos pendentes não dizem respeito a exames realizados e sim à investigação dos casos”, argumenta a SMSA, em nota ao BHAZ.

Segundo a pasta,”assim que o paciente procura a unidade saúde com sintomas de dengue, a assistência é realizada, antes mesmo do resultado do exame. Esses casos passam por investigação ambiental, com o monitoramento de focos de dengue no entorno da residência, investigação clínica do paciente, analisando os sintomas e investigação laboratorial, para saber se o paciente realizou o exame e se é necessário realizar a coleta”, acrescenta a SMSA.

Na capital, a coleta da sorologia IgM é feita no Laboratório Municipal, e o teste rápido de dengue NS1 é realizado nas UPAs. Ainda segundo informações da Secretaria de Saúde, “os exames de dengue somente apresentam resultado a partir do sexto dia do início dos sintomas, e quando o paciente é diagnosticado antes desse período, é orientado que o mesmo retorne posteriormente para coleta. Em alguns casos, a pessoa não retorna, e o caso é notificado, porém não pode ser confirmado”.

Chikungunya 

Em 2019, foram notificados 21 casos para a chikungunya, em residentes de Belo Horizonte. Foram confirmados cinco casos, dos quais um contraído no município, um importado e outros três foram contraídos em locais com origem indefinida. Há 16 casos em investigação para a doença.

Zika

Em 2019, foram notificados seis casos de zika em residentes de Belo Horizonte. Desse total, três foram descartados e três permanecem em investigação.

A capital conta com cerca de 1,2 mil agentes de combate a endemias atuando nas ações de controle do mosquito Aedes aegypti.  Durante as vistorias, os agentes priorizam a eliminação dos criadouros do mosquito e o tratamento químico é realizado nos depósitos que não podem ser vedados, removidos ou eliminados mecanicamente.

A SMSA informou que abandonou o antigo ‘fumacê’ e, atualmente, aplica inseticidas voltados para o controle do Aedes com equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) portáteis. “A ação é complementar às demais atividades de rotina realizadas pelo serviço de controle de zoonoses. E o cronograma de ações, bem como o planejamento, são feitos pelas regionais, levando em conta o número de casos notificados em uma mesma região”, acrescenta a nota da secretaria.

Levantamento rápido de índice do Aedes

O último levantamento rápido para índices do Aedes aegypti (LIRAa) em Belo Horizonte foi feito e divulgado em outubro de 2018, com índice de 1,1 – o que significa dizer que havia 1,1 imóvel infestado para cada 100 pesquisados.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o LIRAa é feito da seguinte forma: o município é dividido em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado estrato, são pesquisados 450 imóveis. Os estratos com índices de infestação predial:

  • Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias
  • De 1% a 3,9%: estão em situação de alerta
  • Superior a 4%: há risco de surto de dengue

Ações de mobilização em escolas de Venda Nova

Nesta terça-feira (12), estão sendo realizadas ações de conscientização e alerta sobre o Aedes aegypti na região de Venda Nova, voltadas para educadores e alunos de escolas estaduais de Belo Horizonte, realizadas por técnicos de mobilização social da SMSA. O objetivo é formar multiplicadores no combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

As escolas contempladas serão a E.E. Ari Da Franca e Centro Infantil Comunitário de Educação Criarte (Cicec). Na segunda-feira (11), as ações foram nas escolas estaduais Afrânio de Melo Franco e na Professor Batista Santiago, com mobilização e distribuição de folhetos. 

A Secretaria de Saúde reforça que a população pode contribuir no combate ao Aedes aegypti aplicando em casa – e repassando para os vizinhos e familiares –  os cuidados informados pelos Agentes de Combate a Endemias durante as vistorias. É importante manter uma rotina semanal de verificar e eliminar possíveis focos do mosquito, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Algumas dicas para combater o Aedes aegypti são:

Ministério da Saúde/Divulgação

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