A disputa que mobilizou o Brasil no segundo turno da eleição presidencial no ano passado, entre PSL e PT, já tem o primeiro embate, em Minas, neste ano. O partido de direita, alçado à Presidência da República através de Jair Bolsonaro, deseja assumir a presidência de uma comissão historicamente liderada por siglas de esquerda: a de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, uma das mais importantes da Casa.
A informação, que já era ventilada pelos corredores da Assembleia, foi reforçada na manhã desta quarta-feira (13) pelo deputado estadual Coronel Sandro (PSL). “Temos [interesse]. E temos interesse não só na de Direitos Humanos, como Educação e Segurança”, afirmou o parlamentar, ao ser questionado durante o Fórum Mineiro de Bacias Hidrográficas. “Mas não significa que vamos conseguir assumir a presidência das comissões e que seja, necessariamente, relevante para desenvolvermos atividades”, pondera.
Já o deputado Cássio Soares (SD), que lidera o bloco composto pelo PSL, confirmou que o partido deve, ao menos, compor a comissão. “Existem conversas para que o nosso bloco assuma a presidência de seis comissões da Casa. Dentre elas, Segurança Pública, Agricultura e Pecuária e Esportes. Quanto à comissão de Direitos Humanos, ao menos dois deputados do PSL farão parte, ao menos, como membro”, afirmou.
PT se garante
Por outro lado, mesmo com a ofensiva do PSL, o Bloco da Oposição garante que a presidência da comissão não sairá das mãos dos partidos integrantes: PT, PR, Rede, PSOL, Pros e PCdoB. O nome, inclusive, já estaria definido – deputada Leninha (PT).
Além disso, o bloco deve comandar também as comissões: Defesa dos Direitos da Mulher; Educação, Ciência e Tecnologia; Participação Popular; Trabalho, da Previdência e Da Assistência Social e, por fim, Transporte, Comunicação e Obras Públicas.
De acordo com a deputada Marília Campos (PT), as negociações internas para assumir a Comissão de Direitos Humanos está avançada. “É um momento de articulação e creio que tudo será resolvido na base da conversa. É uma pasta importante porque se concilia com a luta do partido e nossas demandas. Acredito que não teremos problemas quanto a essa disputa pela presidência da comissão”, disse.
Até o fim desta quarta-feira (13), os partidos devem definir quais serão as composições de cada comissão.