A Polícia Militar apreendeu uma bolsa com dezenas de adesivos sintéticos “de maconha” no entorno do Mercado Central, no coração de Belo Horizonte. Os militares afirmaram que o entorpecente foi apreendido durante o cortejo de um bloco, mas não conduziram ninguém à delegacia nem souberam afirmar se havia alguma ligação com o desfile. O caso ocorreu no sábado (16) à noite.
Segundo a polícia, a apreensão foi realizada por volta das 22h50. “Durante patrulhamento do bloco, agentes da PM sentiram um forte cheiro de maconha. Ao procurar a fonte do odor, os policiais avistaram uma bolsa e verificaram que era de lá que saía o cheiro”, afirma, por nota, a polícia.
Foram apreendidos 101 adesivos sintéticos com odor semelhante à maconha e dois carregadores de bateria. O material estava dentro da bolsa. O BHAZ procurou a PM para esclarecer qual foi a dinâmica da ocorrência, se há alguma ligação entre o bloco e o material apreendido na rua e sobre a droga, uma espécie de LSD com odor de maconha.
A assessoria de imprensa se limitou a responder que “se o material possui algum princípio ativo, só a polícia técnica poderá lhe dizer”. “A bolsa com o material foi encontrado no deslocamento do bloco. E como não havia ninguém próximo à bolsa, não foi possível efetuar a prisão do responsável pelo material”, complementou. A reportagem também procurou a Polícia Civil para ter mais informações sobre a droga apreendida, mas não obteve sucesso até a publicação deste texto.
A organização do bloco rechaçou qualquer possibilidade de que a droga seja dela e assustou-se com a ocorrência. “Estamos sabendo por vocês, não fomos procurados nem avisados pela polícia. Trabalhamos o ano inteiro para colocar o bloco na rua, fazemos um trabalho em prol da saúde mental, e não teríamos a irresponsabilidade, enquanto bloco, de fazer apologia à droga”, afirma à reportagem Ney Mourão, um dos líderes.
“Não temos como nos responsabilizar sobre o que está no espaço público. Quem garante que não foi deixado no local em outro dia, outra hora? O mínimo que a Polícia Militar deveria ter feito é nos procurado, já que o boletim associa a apreensão com o bloco”, complementa Mourão, que também é advogado e jornalista.