Movimento por moradia ocupa prédio da PBH e acusa PM de ação truculenta

Reprodução/Facebook

Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) denunciam, por meio das redes sociais, terem sido presos de forma arbitrária da Polícia Militar (PM) durante uma ocupação no prédio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na tarde desta terça-feira (24).

A confusão começou na tarde desta terça, quando integrantes do movimento ocuparam o salão ao lado do gabinete do prefeito Alexandre Kalil (PHS) e também a Companhia de Habitação do Estado de MG (Cohab), na Cidade Administrativa.

Os manifestantes cobram do prefeito Alexandre Kalil (PHS) e do governador Romeu Zema (Novo) políticas de moradia e melhorias urbanas.

Contudo, ainda segundo o movimento, três coordenadores do MLB foram convidados para negociar com o prefeito, mas acabaram sendo presos pela polícia. Um vídeo publicado pelo MLB mostra o momento em que os coordenadores são detidos.

“Leonardo, Poliana e Maura foram sequestrados de dentro da Prefeitura de BH pela PM, por ordem do prefeito Kalil. Os três coordenadores do MLB foram chamados para negociar e acabaram emboscados pelos policiais, que os levaram presos arbitrariamente”, diz a nota do grupo.

Procurada, a PM ainda não se posicionou sobre o caso e a prefeitura disse que apura as ações e deve se manifestar em breve.

Reinvindicações

Segundo o movimento, desde as últimas eleições, há um agravamento da questão habitacional no município devido ao desmantelamento das instituições que tratam da questão da moradia tanto em nível estadual quanto nacional, que, de acordo com o MLB, já é crítica.

“O principal exemplo está na extinção do Ministério das Cidades, que foi incorporado à pasta do Ministério de Desenvolvimento Regional. Já em Minas Gerais, a demissão em massa de funcionários de instituições como Cohab, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), entre outras, ocorrendo na paralisação das atividades que vinham sendo desenvolvidas, como, implementação do Plano Metropolitano e acordos realizados na mesa de negociação sobre os conflitos fundiários”, diz a nota do movimento.

O movimento cobra as seguintes questões:

  • Liberação do licenciamento pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) que está impedindo o início das obras da COPASA na comunidade Paulo Freire;
  • Visando os fins de regularização fundiária da comunidade Eliana Silva, dar início ao processo de asfaltamento das ruas e da coleta de lixo pela SLU;
  • Retomada das negociações para a fixação definitiva das cerca de 80 famílias da Ocupação Carolina Maria de Jesus (rua Rio de Janeiro, 109);
  • Retomada do pagamento do auxílio pecuniário devido ao MLB, concedido como uma das condições para a retirada pacífica das famílias do antigo endereço da Ocupação Carolina Maria de Jesus (que era localizada na avenida Afonso Pena, 2300);
  • Início do processo de REURB-S firmado no convênio com alcance nas comunidades Eliana Silva e Paulo Freire, abrangendo também o terreno destinado a realocação das mais de 100 famílias nesta última comunidade, conforme previsto em acordo assinado entre Governo de Minas Gerais, Ministério Público, Defensoria Pública e MLB;
  • Implementação da rede de água e esgoto na Vila Esperança.

O BHAZ entrou em contato com a Companhia de Habitação do Estado de MG (Cohab), mas ainda não obteve retorno. Caso a Prefeitura, a Polícia Militar ou a Cohab se posicionem, a matéria será atualizada.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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