Fantasiado de Dom Pedro I ao lado de Joyce Hasselmann, dono da Havan brada: ‘Previdência ou morte’

(Twitter/Reprodução+Facebook/Reprodução)

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, resolveu apelar para uma fantasia em sua mais nova manifestação em defesa da reforma da Previdência.

Em um vídeo divulgado no seu perfil do Twitter, na tarde desta segunda-feira (29), Hang aparece vestido de Dom Pedro I ao lado da líder do governo Bolsonaro no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Joice surge no vídeo dizendo que está na Caravana da Independência, pela nova Previdência.

“Estou aqui em Brusque, em Santa Catarina, no escritório do meu grande amigo, o imperador Dom Pedro, Luciano Hang”, diz.

A gente está aqui na caravana da independência pela nova previdêcncia. Pelo Brasil 200, movimento que presido com muito orgulho e muito carinho. Aqui um dos fundadores do nosso movimento”, acrescenta.

O empresário começa então a falar: “Previdência ou morte! Se o Brasil não fizer a nova previdência, morre, quebra. Vai virar um caos. Vamos virar um país como Argentina, Venezuela, é isso que a gente quer? Previdência ou morte!”.

“Vergonha alheia”, comentou um internauta. “Está normal o país”, ironizou uma outra usuária da plataforma.

Quem é Luciano Hang?

Considerado um dos maiores seguidores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais e de ter participado ativamente de sua campanha nas eleições 2018, Luciano Hang é um empresário que iniciou suas atividades no comércio na década de 1980, em Brusque. Os negócios prosperaram vertiginosamente e, hoje, a empresa dispõe na cidade de uma loja de 30 mil metros quadrados, além de várias filiais pelo país, inclusive em Minas, em Uberaba.

Além de empresário bem-sucedido, Hang é considerado um dos maiores sonegadores de impostos no Brasil. Em maio de 2004, o Ministério Público Federal em Santa Catarina denunciou o conglomerado Havan por diversos crimes cometidos, entre eles facilitação de descaminho, descaminho, falsificação, crime contra o sistema financeiro e ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Na denúncia, o Procurador da República João Marques Brandão Néto comprovou que Luciano Hang, administrador da empresa, simulou vendas, inseriu elementos inexatos em livros exigidos pela lei fiscal, falsificou notas fiscais e elaborou contratos sociais e alterações que não correspondiam à realidade. Além disso, suprimiu e reduziu impostos com objetivo de fraudar o Fisco.

Segundo uma reportagem publicada pelo jornal El Pais, em 2018, os problemas com a justiça envolvendo a empresa Havan e seu proprietário começaram em 1999, quando a Procuradoria da República em Blumenau deflagrou uma operação de busca e apreensão na empresa, que resultou na autuação da Havan em R$ 117 milhões pela Receita Federal e R$ 10 milhões pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Prazo de 115 anos para quitar multa

A empresa recorreu a um financiamento da dívida por meio do Refis e obteve um prazo, estimado pelo Ministério Público Federal à época, de 115 anos para quitar a multa.

Em outro processo, que correu em segredo de Justiça, o empresário foi condenado a 13 anos, 9 meses e 12 dias de reclusão em regime fechado pelo crime de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Hang e os demais réus recorreram da decisão sucessivas vezes e conseguiram, inclusive, reduzir a pena do empresário para a 5 anos, 8 meses e 1 dia de reclusão em regime semiaberto.

A denúncia do MPF-SC contra todos os envolvidos foi encaminhada à Vara Criminal da Justiça Federal em Blumenau no dia 27 de maio de 2004. Em decisão de 4 de julho de 2008, a 1ª Vara da Justiça Federal em Itajaí julgou a denúncia inepta e considerou a ação penal nula.

O BHAZ procurou o empresário Luciano Hang, por meio de sua assessoria de imprensa. Caso ele se posicione, esta reportagem será atualizada.

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