O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fez quatro posts em sua conta pessoal do Twitter na noite dessa quarta-feira (15), rebatendo informações de um relatório do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro – vazado para a imprensa – de que há indícios de seu envolvimento na compra e venda de imóveis para lavar dinheiro.
De acordo com o documento, Flávio teria lucrado mais de R$ 3 milhões com as negociações. Também há elementos que indicam a prática de organização criminosa em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual.
O senador postou as mensagens no início da noite dessa quarta-feira (15).
NOTA:
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de maio de 2019
1/4 – Não são verdadeiras as informações vazadas na revista Veja acerca de meu patrimônio. Continuo sendo vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça.
[Continua*]
2/4 – Os valores informados são absolutamente falsos e não chegam nem perto dos valores reais. Sempre declarei todo meu patrimônio à Receita Federal e tudo é compatível com a minha renda.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de maio de 2019
3/4 – Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de maio de 2019
4/4 – Apenas lamento que algumas autoridades do Rio de Janeiro continuem a vazar ilegalmente à imprensa informações sigilosas, querendo conduzir o tema publicamente pelos meios de comunicação e não dentro dos autos.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) 16 de maio de 2019
O documento do MPF-RJ, sigiloso, teria sido obtido em primeira mão pela revista Veja, com informações confirmadas pela TV Globo. Foi com base nesse relatório que foi feito o pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao senador.
De acordo com o relatório do MPF, o senador teria investido R$ 9,4 milhões na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul do Rio e na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, entre 2010 e 2017, quando ocupava o cargo de deputado.
Na investigação, há informação de que dois dos imóveis, localizados em Copacabana, Zona Sul do Rio, tiveram valorização muito acima da praticada no mercado imobiliário na época: um deles, comprado em 2012 por R$ 140 mil, foi revendido dois anos depois, por R$ 550 mil, um lucro de 292%. O outro, adquirido também em 2012, por R$ 170 mil, foi negociado um ano depois por R$ 573 mil, uma variação de 237%.