Simulação reúne 26,7% do público esperado em Barão de Cocais

Prefeitura Municipal de Barão de Cocais/Divulgação

O simulado de emergência de barragens realizado nesse sábado (18) em Barão de Cocais, na região Central de Minas, reuniu cerca de 1,6 mil pessoas, representando 26,75% das mais de 6 mil pessoas que eram esperadas. Essa foi a segunda simulação de evacuação na cidade, onde há risco de rompimento na barragem Sul Superior da mina Gongo Soco. O treinamento teve duração de 48 minutos.

“O objetivo da atividade foi reforçar as orientações e treinamento da população residente na Zona de Segurança Secundária da cidade sobre como proceder em caso de emergência com a barragem Sul Superior da mina Gongo Soco. A ação foi motivada por eventuais impactos da vibração provocada pelo talude Norte da cava da mina na barragem”, disse a companhia, em nota.

Segundo informações obtidas pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) com a própria mineradora, a barragem pode se romper entre este domingo (19) e 25 de maio.   

A ação foi desenvolvida pela Defesa Civil estadual, com o apoio da Vale, que destacou 350 funcionários para participar da atividade. Também atuaram o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, as polícias Civil e Militar e a Prefeitura Municipal de Barão de Cocais.

Desde o dia 25 de março, quando foi feito o primeiro treinamento, foram instalados sete pontos de encontro na cidade, com funcionamento 24 horas. Na ocasião, no entanto, 2,4 mil pessoas não participaram do simulado.

A barragem está no nível máximo de alerta de risco desde 22 de março. Em 8 de fevereiro, cerca de 400 pessoas das comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo foram removidas preventivamente de suas casas e acolhidas em moradias provisórias alugadas pela Vale, hotéis, pousadas da região e casa de familiares. Segundo a mineradora, foi respeitada a vontade de cada um.

Além de Barão de Cocais, também foram realizados simulados de emergência com residentes da Zona de Segurança Secundária dos municípios de Santa Bárbara, em 29 de março, e São Gonçalo do Rio Abaixo, em 3 de abril.

Contenção

A mineradora Vale iniciou na última quinta-feira (16) a construção de uma contenção de concreto, que vai funcionar como uma barreira física caso haja rompimento da barragem. Em nota, a Vale informou que iniciou a terraplenagem para a construção, a 6 quilômetros da barragem.

“Além dessa estrutura que, após concluída, fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos da barragem Sul Superior em caso de rompimento, a Vale está realizando intervenções de terraplenagem, contenções com telas metálicas e posicionamento de blocos de granito. Essa obra atuará como barreira física no sentido de reduzir a velocidade de avanço de uma possível mancha, contendo o espalhamento do material a uma área mais restrita”, diz a mineradora. 

Aumento de multa

Em atendimento a um pedido feito pelo Ministério Público (MP), a juíza Fernanda Machado, da Vara de Barão de Cocais (MG), decidiu ontem (17) elevar o teto de uma multa aplicada à mineradora Vale para R$ 300 milhões.

Segundo o MP, a mineradora não apresentou o estudo dos impactos relacionados ao eventual rompimento das estruturas da Mina de Congo Soco. A decisão ocorreu após notícias de movimentação do talude da cava norte da mina, que pode ter como consequência o rompimento da barragem.

Em nota, a empresa negou ter sido intimada pela Justiça e informou ter apresentado documentos atualizados. “A Vale, no prazo fixado pela determinação judicial, apresentou o relatório mais atualizado de dam break [rompimento] da Barragem Sul Superior, explicando naquela oportunidade a adequação dos critérios técnicos. A empresa não foi intimada de qualquer decisão quanto a eventual descumprimento da decisão liminar”. 

Com Agência Brasil

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