‘Rachadinhas’: Vereador de BH pediu que testemunhas mentissem

Karoline Barreto/CMBH

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que apura o desvio de recursos públicos na Câmara Municipal de Belo Horizonte nesta quarta-feira (22). O vereador Cláudio Duarte (PSL) e sete funcionários foram indiciados e responderão pela prática de peculato e por integrar organização criminosa.

Cláudio e seu chefe de gabinete, Luiz Carlos de Souza Cordeiro, foram presos no começo de abril suspeitos de praticarem “rachadinhas”, crime que consiste em dividir os salários dos funcionários.

Em conversa com o BHAZ, o delegado Domiciano Monteiro, chefe da Divisão de Investigação de Fraudes e Crimes contra a Administração Pública, disse que o parlamentar responderá ainda por um terceiro crime: obstrução de justiça. “As investigações apontaram que o Cláudio buscou atrapalhar os trabalhos determinando que os outros envolvidos mentissem para a polícia”.

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O crime de “rachadinhas”, conforme explicou o delegado, ocorria antes mesmo da posse do vereador. “Os funcionários faziam o repasse dos valores, pois o Cláudio desejava cobrir suas despesas de campanha eleitoral. Durante o inquérito colhemos provas testemunhais, confissão, áudios dos dos envolvidos e inclusive análise de movimentação bancária. Ao analisarmos esses fatores, ficou provado a prática de rachadinha”.

A corporação ainda solicitou junto à Câmara que o afastamento de Cláudio e de seus funcionários seja prorrogado para os próximos 120 dias. “Entendemos que eles devem ficar afastados das funções, pois eles se valiam do cargo para cometer os crimes”, concluiu.

Procurada pelo BHAZ, a defesa de Cláudio Duarte informou que ainda não teve acesso ao relatório do inquérito e que por isso não se posicionaria quanto a isso. Sobre o prosseguimento da investigação na Câmara de BH, a defesa está “empenhada em reunir as provas documentais e testemunhais”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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