O fechamento de agencias bancárias e de lojas leva ainda mais apreensão aos moradores da cidade Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais. A cidade vive apreensiva sobre a possibilidade de que ocorra, a qualquer momento, o colapso do talude norte da mina de Gongo Soco da mineradora Vale S.A.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), no começo da tarde deste sábado (25), a velocidade de deformação na porção inferior do talude norte foi de 14,2 cm/dia. Em alguns pontos isolados, o número chegou a 19 cm/dia. Com a iminência do rompimento, há a possibilidade de que o mesmo ocorra com a barragem Sul Superior de Gongo Soco.
O talude é um paredão que está cheio de água e fica localizado acima da cava de mineração. A barragem que pode ser atingida está a 1,5 quilômetro da cava.
Com 27 militares distribuídos em locais estratégicos na cidade, o Corpo de Bombeiros faz o acompanhamento da situação e orienta a população neste sábado.
O receio de que o pior ocorra fez com que o comércio e serviços essenciais, como Correios e agências bancárias, deixassem de ser oferecidos para a população, ou seja, as portas foram fechadas.
O tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais, afirma que o fechamento ocorreu “de forma desnecessária” e solicita a volta do funcionamento. “Quando a pessoa está em crise e nós deixamos de prestar o serviço de utilidade, nós potencializamos isso. Pedimos que eles voltem a funcionar, pois os Correios, as agências bancárias podem trabalhar de forma segura. Os serviços públicos e particulares devem ser retomados para darmos tranquilidade e não vitimar ainda mais as pessoas”, disse.
A Defesa Civil já delimitou os pontos de encontro na cidade caso ocorra o rompimento da barragem. Para ver os locais e os pontos onde a mancha da lama pode atingir, clique aqui.
Sirenes em Santa Bárbara
No fim da manhã deste sábado, houve um acionamento indevido de duas sirenes da mineradora Anglo Gold Ashanti, em Santa Bárbara, nas comunidades de Santa Quitéria e Praia, próximas à Barra Feliz. A empresa informou, por meio de um comunicado, que foi solicitado pela Defesa Civil que deixasse de sobreaviso seu sistema de emergência, caso haja o colapso da barragem da Mina de Gongo Soco.
A empresa então estaria fazendo testes, quando a sirene tocou, por menos de cinco segundos. A Anglo afirma ter enviado equipes imediatamente para acalmar e explicar o ocorrido para a população no entorno.