RMBH investiga 61 notificações de febre maculosa; rua em Contagem é isolada em um raio de 1km

CAvalos recebem carrapaticida e equipes da Prefeitura de Contagem preparam ações nesta quarta (Fábio Alves/Prefeitura de Contagem+Vitor Fórneas/BHAZ)

A região metropolitana de Belo Horizonte está em alerta para a febre maculosa: na capital, há 31 casos em investigação desde 1 de janeiro, e em Contagem, onde quatro pessoas morreram – duas já confirmadas para a doença – há 30 notificações em análise, totalizando 61 exames pendentes de resultados.

Esses casos investigados são pacientes que apresentaram febres, condições ambientais e outros sintomas cuja a febre maculosa é uma das hipóteses de diagnóstico.

Em Contagem, onde foram registradas quatro mortes de pessoas da mesma família, a prefeitura está adotando medidas emergenciais para evitar novas contaminações. Uma delas é o isolamento num raio de um quilômetros, pela Defesa Civil, da rua desses residentes – todos que entram no local devem fazer um cadastro. A intenção é evitar o grande fluxo de pessoas e possíveis novas contaminações.

+ Surto de febre maculosa: Quatro da mesma família morrem 

Na segunda-feira (3), uma unidade de saúde foi aberta no bairro Nacional para atender 128 pessoas que foram picadas por carrapatos após entrarem em uma mata para cercar um terreno. Os pacientes passam por consultas e exames. Toda a área está sendo limpa e carrapaticida está sendo pulverizado na região e nas casas próximas.

Outra medida é recolher cavalos sem dono na região. Até a manhã dessa quarta-feira (5), nove animais foram recolhidos. Eles receberam banhos de carrapaticida – são necessários quatro banhos, num período de 28 dias.

A Guarda Civil está usando um drone para monitorar as capivaras. A Secretaria de Meio Ambiente de Contagem está em constante reunião com a Secretaria de Meio Ambiente de BH para definir formas de captura dos roedores, que são hospedeiros do carrapato-estrela, que, se contaminado com a bactéria Rickettsia rickettsi, se tornam grandes amplificadores da febre maculosa. Vale lembrar que o carrapato contaminado não ‘adota’ apenas as capivaras – ele pode estar presente em cavalos, cães e outros animais.

BH monitora 53 capivaras na Pampulha

Na capital, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), desde o início do monitoramento no fim de 2017, são 53 capivaras monitoradas, e não foi visualizada a chegada de nenhum novo indivíduo ao local.

“As capivaras residentes se mostram extremamente agressivas com qualquer indivíduo novo que tente entrar em seu território. O manejo é feito de forma contínua. Atualmente, a PBH monitora as capivaras existentes na orla e também a possível chegada de novos animais, caso aconteça. A SMMA tem dedicado atenção especial ao local onde ocorre o desassoreamento da Lagoa da Pampulha porque é um local de difícil acesso seja por barco ou a pé. E qualquer nova capivara identificada sem manejo será tratada (capturada, passará por cirurgia de esterilização e aplicação de carrapaticida)”, diz a SMMA.

Controle do carrapato em cavalos

Sobre os cavalos presentes no município de Belo Horizonte, que podem carregar o carrapato-estrela contaminado com a bactéria Rickettsia rickettsi – eles não são hospedeiros -, quem faz o controle dos animais é o Setor de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Estima-se que existam 10 mil equídeos na capital.

Entre os meses de abril e agosto é realizado controle vetorial nos animais – banhos com carrapaticidas. São, em média, oito banhos por animais. Esta ação é realizada pela SMSA em parceria com a Associação dos Condutores de Veículos de Tração Animal.

A Prefeitura de Belo Horizonte tem se reunido com carroceiros e pretende iniciar a implementação da Lei 10.119/2011 em julho, que prevê o cadastramento desses profissionais e pessoas que usam os animais como veículo de tração na cidade.

“Estima-se que haja cinco mil carroceiros na cidade. Esse número será conhecido durante o cadastramento, que vai ocorrer no segundo semestre de 2019”, informou a pasta de meio ambiente, acrescentando que a prefeitura vai ampliar para todas as regionais a aplicação de carrapaticida para os cavalos.

 Recomendações de saúde

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informou, por meio de nota (leia abaixo, na íntegra), que o início do tratamento para a febre maculosa é determinante para a cura da doença. Havendo suspeita, a pessoa deve procurar um centro de saúde próximo à sua casa e seguir as recomendações médicas. O tratamento deve ser iniciado imediatamente, com uso de antibióticos, coleta de sangue para exame e notificação do caso para investigação.

“Nos últimos 12 anos, foram notificados 494 casos de febre maculosa em residentes de Belo Horizonte. Desses, 20 casos foram confirmados o que representa 4,25% confirmação das suspeitas. É importante esclarecer que a investigação realizada apontou que do total de casos confirmados, em apenas quatro a infecção ocorreu na capital. Nos demais, a contaminação foi em outro município ou não foi possível detectar o local de infecção.  Como é feito monitoramento dos casos e, quando necessário, alerta aos profissionais de saúde, menos de 5% dos casos notificados são confirmados”, diz a nota. 

Quem mora ou frequenta áreas com possibilidade de existência do carrapato-estrela examinar o corpo a cada três horas, usar roupas claras e compridas, colocar barras da calça para dentro da meia e usar sapatos fechados.

Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte na íntegra

O início do tratamento para a febre maculosa é determinante para a cura da doença. Havendo suspeita, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, com uso de antibióticos, coleta de sangue para exame e notificação do caso para investigação. A Secretaria Municipal de Saúde acompanha e monitora os casos e, sempre que necessário, emite alerta para os profissionais, de forma a aumentar a sensibilização para a doença. Devido a este trabalho, menos de 5% dos casos notificados são confirmados. 

Nos últimos 12 anos, foram notificados 494 casos de Febre Maculosa em residentes de Belo Horizonte.  Destes, 20 casos foram confirmados o que representa 4,25% confirmação das suspeitas. É importante esclarecer que a investigação realizada apontou que do total de casos confirmados, em apenas quatro a infecção ocorreu em Belo Horizonte. Nos demais, a contaminação foi em outro município ou não foi possível detectar o local de infecção. 

Em 2019, devido a ampla divulgação de casos suspeitos e alerta dos profissionais para aumentar a sensibilidade em relação a hipótese de diagnóstico para febre maculosa, até o momento, estão em investigação 31 casos. São pacientes que apresentaram febres, condições ambientais e outros sintomas cuja a Febre Maculosa é uma das hipóteses de diagnóstico em residentes em Belo Horizonte.



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