Bolsonaro recebe Moro após vazamento de mensagens: ‘Confiamos irrestritamente no ministro’

Antonio Cruz/Agência Brasil/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu o ministro da Justiça, Sergio Moro, na manhã desta terça-feira (11). O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada após o vazamento de algumas mensagens, atribuídas a Moro e procuradores da Lava Jato, pelo site The Intercept Brasil. De acordo com o aplicativo Telegram, citado na série de reportagens, não há qualquer evidência de invasão.

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De acordo com informações do site, na época em que Moro era responsável pela Lava Jato, em Curitiba (PR), a troca de conversas insinua que integrantes da operação agiram com base em motivações políticas, partidárias e ideológicas, mesmo com a força-tarefa negando veementemente.

O encontro entre os dois foi informado pela porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. De acordo com informações do portal G1, o compromisso não estava na agenda oficial do presidente, até o início da manhã desta terça-feira.

Por meio de nota divulgada ao site O Antagonista, o ministro da Justiça Sergio Moro disse que “quanto ao conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado”.

Por se tratar de um caso grave, o jornal comunicou de forma oficial o ocorrido à Procuradoria-Geral da República (PGR). O jornal recebeu a informação o que o caso foi passado para Raquel Branquinho, nome próximo à procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Em coletiva à imprensa nessa segunda-feira (10), Moro disse que não orientou a ação dos procuradores.

“Na verdade, já me manifestei ontem, não vi nada de mais ali nas mensagens. O que há ali é uma invasão criminosa de celulares de procuradores, não é? Pra mim, isso é um fato bastante grave – ter havido essa invasão e divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito à minha pessoa, não vi nada de mais”, disse o ministro.

Dallagnol afirma que Lava Jato é imparcial

O procurador federal Deltan Dallagnol disse, em vídeo publicado nessa segunda-feira (10), que a Lava Jato acusou políticos e pessoas ligados a diversos partidos.

“É normal que procuradores e advogados conversem com juízes sem a presença da outra parte. O que se deve verificar é se existiu conluio ou quebra da imparcialidade”, disse o procurador em trecho do vídeo. Segundo ele, a imparcialidade da Lava Jato é confirmada por muitos fatos.

“Centenas de pedidos feitos pelo Ministério Público foram negados pela Justiça. Cinquenta e quatro pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo [então] juiz federal Sérgio Moro. Nós recorremos centenas de vezes contra decisões, o que mostra não só que o juiz não acolheu o que o Ministério Público queria, mas mostra que o Ministério Público não se submeteu ao entendimento da Justiça”, continuou o procurador.

Ele ainda completo dizendo que “todos os atos e decisões da Lava Jato são revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário, por vários julgadores”.

Veja o vídeo completo:

Jornalista também teve celular hackeado

O ministro Sergio Moro também compartilhou uma reportagem do jornal O Globo, em que é revelado que o jornalista Gabriel Mascarenhas, repórter da coluna de Lauro Jardim, também teve o celular hackeado.

De acordo com a reportagem, Mascarenhas teve o celular invadido no dia 11 de maio, se passou pelo jornalista e enviou mensagens em tom intimidador ao procurador regional da República Danilo Pinheiro Dias.

A pessoa disse que precisava conversar com Deltan Dallagnol, da Lava Jato em Curitiba (PR), pois teria informações de que a força-tarefa corria riscos. Ele afirmou que teria sido procurado por uma terceira pessoa, responsável por invadir perfis de outros investigadores.

“Não há evidência de qualquer invasão”, diz Telegram

O jornalista Romulus Maia pediu esclarecimento ao Telegram pelo Twitter. “Na imprensa brasileira, alguns afirmam que ‘o Telegram foi hackeado’. Eu não acredito que seja esse o caso. Por favor me responda o mais rápido possível”.

O aplicativo respondeu e ainda manou uma nota junto. “De fato, não há evidência de qualquer invasão. É mais provável que tenha sido malware ou alguém que não esteja usando uma senha de verificação em duas etapas”.

De acordo com o app, “a criptografia do Telegram protege suas mensagens quando elas passam pelas linhas de comunicação e quando estão na nuvem criptografada do aplicativo. Os bate-papos secretos são protegidos por uma camada de criptografia de ponta a ponta, e bate-papos na nuvem – pela infraestrutura distribuída entre jurisdições da Telegram”.

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