A Casa Cor 2019 – mostra de decoração que celebra 25 anos este ano na capital mineira – está marcada para ser realizada no fim de agosto, em Belo Horizonte, e já tem o local escolhido: o Palácio das Mangabeiras, no bairro de mesmo nome, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A tratativa entre a organização da mostra e a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) deve ser firmada nesta sexta-feira (14).
“As tratativas entre a Casa Cor e a Codemge ainda não foram finalizadas, mas nossa expectativa é que a mostra ocorra no final de agosto. Já vistamos o imóvel e identificamos possíveis benfeitorias, do ponto de vista da infraestrutura, como infiltrações, revisão de telhados e algumas necessidades de restauro, vinculadas ao patrimônio. Tudo o que pudermos contribuir nesse sentido, de melhorar o espaço, pretendemos fazer”, diz o diretor executivo da Casa Cor Minas, Eduardo Faleiro.
Questionado sobre uma estimativa de investimentos que devem ser feitos no espaço, Faleiro disse que, como as tratativas não foram finalizadas, ele ainda não tem o projeto em mãos.
Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Marcelo Matte, entre os usos do espaço, está a realização da Casa Cor e exposições de arte. “A ideia é que a Casa Cor inicie imediatamente as obras de preparação para o evento, que deve ser aberto no final de agosto. Ela vai cumprir o que está definido no contrato, tem uma série de atividades de recuperação definidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) para serem preservados e recuperados”, disse.
Residência oficial dos governadores mineiros desde 1955, data de sua inauguração pelo então governador Juscelino Kubitschek, o imóvel foi desafetado como bem público por meio do Decreto nº47.667 de junho de 2019. Com a desafetação, a natureza do bem imóvel deixa de ser um bem de uso exclusivo da administração pública e pode agora ter outros usos, como espaço para eventos culturais.
O palácio guarda móveis das décadas de 1950 e 1960, objetos sacros, entre outros. Ao longo dos anos, passou por reformas e atualizações.
Melhor aproveitamento do imóvel
Desde a inauguração do palácio, o local vinha servindo de residência aos chefes do Executivo mineiro. Em janeiro de 2019, o governador Romeu Zema (Novo) optou por residir em outro imóvel e dar uma destinação mais democrática ao imóvel, que tem 42 mil metros quadrados de área.
Na quarta-feira, Zema assinou despacho governamental celebrando convênio de cooperação, entre o Estado de Minas Gerais e a Codemge, para a gestão do Palácio das Mangabeiras pelo período inicial de quatro anos. Segundo o governo, o acordo tem como objetivo implementar ações que agreguem mais eficiência na administração do espaço e melhor aproveitamento do imóvel.
“Estou satisfeito porque estamos cumprindo mais um compromisso de campanha. Até 31 de dezembro, no Palácio das Mangabeiras trabalhavam 32 funcionários exclusivos para atender o governador e sua família. Esse gasto, desde o dia 1º de janeiro, foi reduzido a zero. Não moro aqui, aluguei uma casa próxima à Cidade Administrativa e evitamos essa despesa. Em um Estado falido, o exemplo tem que vir de quem governa”, afirmou o governador.
Segundo Zema, a partir de agora, o espaço poderá ser utilizado como um bem público para a população. “Estou tendo o privilégio de, pela primeira vez na história de Minas, abrir para visitação, para o público que tiver interesse, o Palácio das Mangabeiras, que foi a residência oficial do governador nas últimas décadas. É um espaço que é público, mas que sempre teve caráter privado e, do meu ponto de vista, sempre foi um excesso. Temos o maior interesse em preservá-lo, não para que alguém use em privilégio próprio, mas para que sirva como uma atração cultural para a população de Minas”, acrescentou.
O convênio entre o governo e a Codemge destaca a importância da adequada manutenção e preservação do imóvel, que tem projeto inicial de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, com jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx.
Como empresa pública indutora do desenvolvimento, a Codemge tem, entre seus nichos de atuação, o fomento à indústria criativa e ao turismo, incluindo a administração de empreendimentos e tendo inseridas em seu objeto social a gestão patrimonial de bens imóveis do Estado e a exploração comercial de espaços sob sua responsabilidade.
Além da administração do espaço, caberá à Codemge fazer a gestão, operação e exploração do imóvel, incluindo a manutenção de suas características arquitetônicas e em compatibilidade com a estrutura existente.
Casa Cor
A Casa Cor – considerada uma das maiores mostras de arquitetura, design de interiores e paisagismo do Brasil – completa sua 25 edição na capital mineira.
No ano passado, a Casa Cor BH foi realizada em um prédio que integra o Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação, e que foi a matriz da extinta Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA. O prédio, que está intimamente ligado à história de Belo Horizonte, é tombado e vem sendo restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para abrigar o futuro Museu Ferroviário.
Os ingressos da edição 2018 de acesso à mostra custaram R$ 50 a inteira e R$ 25 a meia-entrada.