Modelo e patinadora: Jovem amputada de BH quer mais oportunidades para deficientes

Instagram/Reprodução

“Eu poderia ter escolhido ficar no meu quarto, triste, mas optei por sair e ser feliz”. O relato é da modelo amputada e patinadora Fernanda Venancio, de 20 anos, moradora do bairro Marilândia, na divisa com Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte.

A jovem nasceu com linfangioma, uma má formação vascular que atingiu o pé direito dela. “Tentei vários tratamentos, durante muito tempo. Fiz incontáveis cirurgias, mas nada resolveu. A dor era grande. Aos 15 anos, o médico me explicou que eu poderia ter ainda mais complicações e, por isso, optamos pela amputação”, conta Fernanda ao BHAZ.

Modelo e patinadora

Com apoio incondicional da família, a jovem conseguiu se tornar modelo e atuar em algumas campanhas. “Meu pai, minha mãe e minha irmã são tudo para mim. Às vezes eles acreditam mais do que eu”, brinca a modelo.

“Por incentivo do meu pai, comecei a fazer patinação artística aos 18 anos. Hoje patino por hobbie mesmo. Tanto em BH quanto em Minas, não tem muito espaço para pessoas amputadas competirem”, explicou a jovem.

Depois de algum tempo, ela começou a modelar. “Alguns amigos e familiares falavam que eu era bonita, que eu poderia ser modelo. Fui em uma agência, fiz um book e, a partir daí, começaram a surgir pequenos trabalhos. Nada profissional, mas é algo que quero para o futuro”, relata.

Com mais de 10 mil seguidores no Instagram, a jovem procura mostrar sua rotina e ajudar quem está passando por uma situação semelhante. “Teve uma época que precisei de ajuda, agora é hora de retribuir. As coisas sempre passam, sejam boas ou ruins. A batalha maior está na nossa mente, o que decidimos é o que conta”, conta a jovem.

“Quero tocar vidas com a minha história”

Fernanda minimiza seus problemas e pensa em futuro bom. “A vida é muito mais que a perda de minha perna. As oportunidades que tenho hoje, não tinha antes. Quero tocar vidas com a minha história, poder ajudar de alguma forma”.

Ser modelo profissional é o sonho da jovem. “Infelizmente ainda sofremos muito preconceito. Não é todo mundo que quer [uma modelo amputada], mas eu ainda acredito nas pessoas, que ainda vou conseguir. Eventualmente, as portas vão se abrir de verdade. Todo mundo merece uma oportunidade de mostrar quem é”, completa.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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