Cão de moradora de rua é morto envenenado após urinar em canteiro de prédio na Savassi: ‘Odeio preto e cachorro’

Facebook/Reprodução

A morte de um cachorro na região da Savassi tem comovido e revoltado milhares. O cão Bethoven morreu na última quinta-feira (20) após ser envenenado. Vira-lata, o animal era o fiel companheiro da moradora em situação de rua Emily e foi alvo da fúria de algum criminoso. A suspeita é que tenha sido uma retaliação após o cãozinho urinar no canteiro de um prédio.

Emily, que mora em uma barraca na rua dos Inconfidentes, na Savassi, tratava Bethoven como um filho. Na última quinta, ela foi alvo de racismo após o cão urinar no canteiro de um prédio. “‘Eu detesto preto e cachorro”, esbravejou uma moradora. Pouco depois, quando Bethoven retornou ao canteiro do edifício, passou a mastigar algo e, na sequência, começou a passar mal.

A confeiteira Tatiana Barletta passou pela rua neste momento e ficou comovida com o desespero de Emily. Tentou ajudar, assim como outros dois rapazes já faziam. Eles deram leito ao Bethoven, que vomitou bastante, e se preparavam para levá-lo a uma clínica veterinária. Mas não deu tempo.

“A Emily estava tentando fazer de tudo para que ele melhorasse. O Bethoven vomitava muito e eu liguei para o defensor de animais e meu amigo, Franklin Oliveira, que me orientou a levar o cãozinho a uma clínica. Quando eu peguei o cachorro, ele morreu”, conta ao BHAZ Tatiana.

Agora, o que resta a Emily e aos integrantes da causa animal é lutar por justiça. Um Boletim de Ocorrência será registrado nesta sexta-feira (21). “Não registramos ontem porque, como a Emily estava sozinha, ficamos com medo de que ela sofresse algum tipo de represália, pois nós não iríamos passar a noite com ela”, explica Tatiana.

Imagens gravadas por câmeras de segurança de prédios na região serão pedidas e poderão esclarecer o autor do envenenamento e outros detalhes sobre a morte de Bethoven. “A gente fica muito revoltado, pois a Emily foi vítima de uma discriminação social e racial e seu animal vítima dessa crueldade. Os responsáveis por esse caso não podem ficar impunes”, diz Franklin Oliveira, que atua há 39 anos na defesa dos animais.

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