Vale admite explosões no dia do rompimento da barragem: ‘Já estavam programadas’

Divulgação/ALMG + Isac Nóbrega/PR

A mineradora Vale admitiu, nesta terça-feira (25), que realizou duas explosões no complexo da mina do Córrego do Feijão, no dia 25 de janeiro, data do rompimento da barragem B1, que matou centenas de pessoas em Brumadinho. Contudo, a empresa nega que as detonações tenham sido feitas antes do colapso da barragem, mas sim depois da tragédia.

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Por meio de nota (confira na íntegra abaixo), a mineradora afirmou que as detonações foram “mantidas com o objetivo de eliminar qualquer risco vinculado à presença de furos carregados de explosivos no complexo do Córrego do Feijão”. 

As detonações foram feitas por volta das 13h30, uma hora depois do rompimento da barragem B1, quando funcionários e parte da população da cidade estavam soterrados pela lama. Além disso, naquele momento, a barragem B6, que também estava há pouco mais de um quilômetro da mina onde ocorreram as explosões, corria o risco de entrar em colapso e aumentar, ainda mais, o desastre.

As explosões são realizadas nas minas por conta de um processo chamado de desmonte de rochas ou desmonte de bancadas. O uso de explosivos facilita a retirada das rochas de minérios.

Investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) trabalha com a hipótese de que as explosões foram realizadas também antes do rompimento da barragem. As investigações analisam, agora, o impacto das detonações e se contribuíram para o rompimento de barragem B1.

O Inquérito Policial (IP) que apura as responsabilidades confirma que houve detonação de explosivos no dia do rompimento, ou seja, em 25 de janeiro de 2019. Além disso, as investigações apontam que as detonações eram feitas até duas vezes por semana na Cava de Feijão, que fica a cerca de 1,3 km de distância da Barragem B1, que se rompeu.

Além dos depoimentos, diversos documentos, apreendidos e requisitados ao longo das investigações, comprovam as detonações. Por meio das investigações, a PCMG teve acesso relatório denominado “Mapa de Fogo”. O documento contém a frequência e a intensidade dos explosivos usados na Mina Córrego de Feijão.

Nota da Vale na íntegra:

“A Vale esclarece que, no dia 25/01, antes do rompimento da barragem B1, não houve detonação nas minas do Córrego do Feijão e Jangada. Após a ruptura, por medida de segurança, foram realizadas duas detonações que já estavam programadas para ocorrer, em distância e com cargas seguras. As detonações foram mantidas com o objetivo de eliminar qualquer risco vinculado à presença de furos carregados de explosivos no complexo do Córrego do Feijão”

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