Aliados de Bolsonaro voltam às ruas para tentar barrar rejeição ascendente

Manifestação a favor do governo Bolsonaro, no dia 26 de maio, na Esplanada dos Ministérios

Nova pesquisa (Ibope/CNI) exibiu queda de 17 pontos percentuais na popularidade da gestão de Jair Bolsonaro (PSL) desde janeiro, quando registrou 49% de aprovação. Hoje, há uma avaliação completamente dividida entre o positivo, regular e o negativo. São 32% que veem o governo Bolsonaro como ‘bom ou ótimo’. Outros 32% acham que o governo é ‘regular’; 32% responderam ‘péssimo ou ruim’; e 3% não souberam avaliar.

Com isso, acendeu-se a luz amarela entre os seguidores e aliados de Bolsonaro, que, para o próximo domingo (30), estão planejando atos a favor do presidente em todo o país. As manifestações estariam sendo marcadas para os 26 Estados e o Distrito Federal em mais de 150 cidades com atos programados.

A motivação seria uma resposta aos vazamentos de conversas atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e a procuradores da operação Lava Jato, baseada em Curitiba (PR).

A pesquisa, no entanto, ainda não mediu os efeitos de notícias negativas como a prisão, na Espanha, do sargento da comitiva presidencial por traficar 39 quilos de cocaína; nem mesmo a prisão de assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), naquele caso de candidaturas ‘laranjas’ do PSL, partido do presidente, na eleição passada. Tudo somado, deve elevar a pressão sobre o presidente.

Positivo e regular estáveis e estagnados

As avaliações positiva e regular do presidente mantiveram-se estáveis, enquanto a taxa de rejeição registra trajetória ascendente. Em consequência, diminuiu também o índice daqueles que dizem não ter opinião sobre o governo. As mesmas redes sociais que o ajudaram a se eleger, também começam a refletir a presença midiática do governo e a polarização entre esquerda, direita e centro que dividiu o país.

Por região, o maior apoio ao presidente vem do Sul, com mais de 50% de aprovação, e o menor, no Nordeste, onde a insatisfação aumentou, elevando o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo, de 40% para 47%, enquanto o dos que avaliam como ótimo ou bom cai de 25% para 17%. O maior aumento no percentual de ruim ou péssimo ocorre entre os residentes nas regiões Norte e Centro-Oeste: de 20% para 33%.

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No quesito confiança do governo: 51% dos entrevistados não confiam no presidente; era 45% em abril. Segundo a pesquisa, 46% confiam e 3% não souberam responder. Desaprovam a maneira de governar subiu de 40% para 48%, alta de 8 pontos percentuais em relação a abril. Outros 46% aprovam; 5% não souberam responder.

O maior crescimento da insatisfação em relação ao governo é na área de educação. O percentual dos que desaprovam a atuação nessa área subiu 10 pontos percentuais, de 44% para 54%, e o percentual dos que aprovam caíram de 51% para 42% em relação ao último estudo.

Divulgado na quinta (27), a sondagem do Ibope, encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), foi realizada entre os dias 20 e 26 de junho de 2019, depois de ouvir 2.000 pessoas em 126 cidades em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Efeito laranja

O presidente interino, o general Hamilton Mourão, por conta da viagem de Bolsonaro ao Japão, disse ser “óbvio” que Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, será demitido “se houver alguma culpabilidade” no caso das supostas candidaturas laranjas, montadas para eventual desvio de recursos públicos dos fundos partidário e eleitoral de campanhas.

Um dos presos é Mateus Von Rondon Martins, aliado de Marcelo Álvaro Antônio e seu braço direito no Ministério. Também foram presos Roberto Silva Soares, conhecido como Robertinho, e Haissander Souza de Paula. Os dois atuaram na campanha eleitoral que elegeu o ministro como um dos deputados federais mais votados em Minas.

Pimentel é interrogado por juíza em ação penal

Nesta sexta (28), a juíza titular da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, Luzia Divina de Paula Peixoto, interrogou o ex-governador Fernando Pimentel (PT) na ação penal 907, no Fórum Lafayette, em BH. Como já informamos aqui, Pimentel é réu em três ações por crimes que consistiriam em comandar esquema de caixa 2, para financiar suas campanhas eleitorais, e por favorecimento a empresas no período em que foi ministro do Desenvolvimento Econômico, de 2011 a 2014. O ex-governador contestou seu envolvimento e disse desconhecer as acusações. Respondeu somente às perguntas da juíza e negou-se, por orientação da defesa, a responder às do promotor Leonardo Barbabela.

Encerrado o interrogatório, a juíza abriu o processo para vistas do Ministério Público (cinco dias) e alegações finais da defesa (cinco dias). Em seguida, sairá a primeira sentença no caso (10 dias). No dia 17 de junho, em audiência, foram ouvidas testemunhas de acusação nessa ação penal. Na segunda-feira (1), será a vez das testemunhas de defesa deporem em outro processo, ação penal 865.

Essas ações já tramitavam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foram remetidas para a Justiça Eleitoral de Minas, após as mudanças no foro privilegiado de autoridades.

MDB tenta voltar ao jogo em disputa ferrenha por seu comando

Neste sábado (29), na Assembleia Legislativa, o MDB tenta mostrar que está vivo e que está voltando ao jogo, nesse momento em que a política está totalmente virada, ou buscando novos atores.

Quando você achava que o partido estava acabado, ele reaparece numa disputa ferrenha por seu comando. Disputam o comando estadual, de um lado, o deputado federal Newton Cardoso Junior e, do outro, o ex-deputado Saraiva Felipe. Agora vem, a característica do partido, continua totalmente rachado. Da bancada estadual, cinco apoiam Saraiva e dois estão neutros; na bancada federal, são dois para Saraiva e dois para Newton.

O presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, está com Newton; seu antecessor, Antônio Júlio, com Saraiva. Na casa de Adalclever Lopes, ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-candidato a governador e uma das lideranças do partido, também há divisão. Ele está na chapa de Newton; seu pai, deputado federal, Mauro Lopes, está com Saraiva.

A briga final vai se dar entre os 10 principais colégios eleitorais do partido. Mas a própria natureza do partido, divisão interna, é o maior obstáculo desse que ainda é o maior em Minas e do Brasil. Vencida essa etapa interna, o MDB terá que enfrentar a dura realidade política que rejeita aquilo que parece ser ultrapassado. O MDB terá que, depois de resolver seus problemas internos, buscar se reaproximar do eleitor, do cidadão e da sociedade e provar que ainda pode ser importante na vida política.

STF fará conciliação sobre a Lei Kandir

Dois dias depois que a Assembleia Legislativa de Minas lançou a campanha em favor da recuperação das perdas de Minas na Lei Kandir, aquela que isentou produtos de exportação, como o minério, o carro-chefe da economia do estado, o Supremo Tribunal Federal decidiu, nessa quinta (27), marcar audiência de conciliação para o dia 5 de agosto, às 14 horas, em Brasília, para debater os efeitos perversos dessa legislação. Para essa audiência, foram convocados representantes de todos os estados e do governo federal, cuja presidência será do ministro Gilmar Mendes.

As partes deverão levar propostas para solução do conflito envolvendo a Lei Kandir e outros aspectos que envolvam o pacto federativo. A questão a saber é se o governador Romeu Zema (Novo), que não é entusiasta dessa proposta, irá assumir a defesa recuperação das perdas de Minas. Se os mineiros se unirem, e falarem grosso, com certeza, o estado irá recuperar o prejuízo ou, pelo menos, parte dele.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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