Dica de leitura: ‘Roube como um artista’, de Austin Kleon

Acervo Literama

Se você passar em frente a uma livraria hoje, provavelmente verá na sessão de lançamentos o livro Keep going (em tradução livre, Continue indo), do americano Austin Kleon. Não deve custar muito caro e, se você estiver com um dinheirinho sobrando, sugiro comprá-lo.

Mas não sem antes ler a primeira obra de Austin, que se chama Roube como um artista.

Esse é o livro que eu indico a todo mundo que me pergunta se eu tenho alguma dica para quem está com bloqueio criativo para escrever ou, simplesmente, para fazer seu trabalho – qualquer que seja ele.

Antes de partir para os motivos para ler o livro, devo te contar um segredo: todo mundo é criativo. Inclusive você. A criatividade não é um luxo reservado a gênios, artistas e escritores. Se você pensou em qualquer coisa hoje, esse é o sinal de que você pode criar.

Portanto, não tenha medo de ler sobre criatividade e desvendar as formas de colocar a sua em prática. Pessoas que têm conhecimento de seu próprio poder de criação são mais interessantes, mais inteligentes e, não por acaso, mais bem pagas.

Os benefícios dessa indicação são muitos. Não os ignore. 😉

O que você vai ver em Roube como um artista

Tive o primeiro contato com Roube como um artista quando um amigo me sugeriu a obra, que estava parada em sua gaveta. O livro é pequeno, quadrado, de capa preta e promete um alento imediato a quem gosta de usar a imaginação – mas, não raramente, se sente até meio “culpado/a” por isso.

Austin Kleon nos salva de qualquer síndrome ou culpa ao encher nossa rotina de arte. No livro, há sugestões práticas para desbloquear os processos criativos. Umas são até meio doidas, você vai entender quais são quando ler, mas eu testei todas e comprovo: elas dão certo.

Roube como um artista é uma aula de criatividade capaz de eliminar da imaginação fértil alguns pesos mortos – como, por exemplo, ter medo da repetição. Ora, vivemos em uma era em que uma coisa realmente nova e original é algo muito difícil de se ver. Portanto, tudo o que precisa ser dito já foi dito, e tá tudo bem.

Isso não significa, no entanto, que você não tem autorização para dar uma nova roupagem a velhos discursos, trabalhos, processos ou onde mais quiser inovar usando a imaginação.

No texto da semana passada, sobre as datas importantes de julho (relembre-as aqui), eu falei, por exemplo, que Jane Austen, escritora do século 19, continua muito atual. Pensa bem: se todo mundo que escreve romance desistisse porque Jane já fez isso há duzentos anos, o mundo perderia inúmeras obras excelentes que surgiram desde então.

Essa é a diferença básica entre roubar e plagiar, que a gente aprende com Austin Kleon: o roubo é da inspiração, da forma; o plágio é do conteúdo.

Razões pelas quais você precisa ler esse livro agora

Os exemplos que Kleon utiliza para provar seu ponto em Roube como um artista são, na maior parte das vezes, artísticos. Ele cita atores, escritores e cineastas para ilustrar modelos criativos, mas isso não quer dizer que um engenheiro, um garçom, uma médica ou vendedora não possam extrair boas ideias dele para sua própria carreira.

Como eu disse, a obra tem muitos benefícios. Eis alguns imediatos:

  • desbloquear a mente para enxergar o mundo de outras formas;
  • incitar um passeio completo fora da nossa zona de conforto;
  • incentivar a mente a extrair de si mesma informações de qualidade que podem ser úteis para nossa vida;
  • mostrar como a criatividade pode nos salvar em momentos de profundo desânimo profissional.

Além de tudo isso, é um livro muito divertido! A leitura é rápida e os textos são curtos, acertando em cheio o coração de quem ainda não desenvolveu o hábito de ler coisas muito grandes.

Termino esse texto com uma citação que Austin faz ao excêntrico pintor catalão Salvador Dali:

“Salvador Dali alfinetou: ‘Aqueles que não querem imitar não produzem coisa alguma’”.

Então, se quiser produzir, compre, ainda hoje, Roube como um artista. Os outros livros podem esperar.

Lais Menini

Laís Menini é redatora sênior, com nove anos de experiência na criação de conteúdo para internet. Nas horas vagas, ministra cursos e oficinas de escrita criativa e é blogueirinha de literatura no Literama.

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