Como votaram os deputados de Minas na reforma da Previdência? Alterações serão debatidas hoje

Plenário da Câmara na quarta-feira à noite (Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Divulgação)

Depois de meses de discussões, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno, na noite dessa quarta-feira (10), o texto-base da proposta de reforma da Previdência (PEC 6/19). Foram 379 votos a favor e 131 contra a matéria.

Os deputados continuam a votação da proposta nesta quinta-feira (11), a partir das 9h, pois nessa quarta-feira apenas um dos destaques ao texto foi votado – era uma emenda do deputado Wellington Roberto (PL-PB) que pretendia retirar os professores das mudanças impostas pela PEC, mantendo-os nas regras atuais. A emenda foi rejeitada foi 265 votos a 184.

O que ainda está em discussão

Os deputados federais ainda têm um longo trabalho pela frente: votar 14 propostas de alteração no texto-base da reforma da Previdência, chamadas destaques. São pontos importantes do texto para apontar uma regra definitiva, como a transição para os policiais e o salário das trabalhadoras que se aposentarem com contribuição mínima de 15 anos permitida pela PEC.

O Podemos apresentou proposta, por exemplo, para diminuir a idade mínima de aposentadoria de policiais federais, rodoviários federais, ferroviários federais, policiais civis do DF, policiais legislativos, agentes socioeducativos e agentes penitenciários federais.

Outros destaques da oposição pretendem retirar do texto regras sobre valores das pensões, cálculo da aposentadoria com percentual sobre a média das contribuições e mudanças no pedágio cobrado para se aposentar segundo as regras de transição para os atuais segurados.

Entre estes temas, o que demonstra mais acordo para aprovação é o que foi negociado pela bancada feminina e aumenta o salário final da aposentadoria de mulheres com tempo de contribuição acima do limite mínimo de 15 anos. Pelo texto do substitutivo, o aumento somente pode ocorrer para o que passar de 20 anos de contribuição.

Os destaques podem ser de emenda ou de texto. Para aprovar uma emenda, seus apoiadores precisam de 308 votos favoráveis.

O voto dos mineiros

Veja como votaram os 53 deputados federais mineiros nessa quarta: 39 votaram a favor e 14 contra a proposta do texto-base da reforma da Previdência.

Alê SilvaPSLSimMG
André JanonesAvanteNãoMG
Aécio NevesPSDBSimMG
Bilac PintoDEMSimMG
Cabo Junio AmaralPSLSimMG
Charlles EvangelistaPSLSimMG
Delegado Marcelo FreitasPSLSimMG
Diego AndradePSDSimMG
Dimas FabianoPPSimMG
Domingos SávioPSDBSimMG
Dr. FredericoPatriotaSimMG
Eduardo BarbosaPSDBSimMG
Emidinho MadeiraPSBSimMG
Eros BiondiniPROSSimMG
Euclydes PettersenPSCSimMG
Franco CartafinaPPSimMG
Fred CostaPatriotaSimMG
Fábio RamalhoMDBSimMG
Gilberto AbramoPRBSimMG
Greyce EliasAvanteSimMG
Hercílio Coelho DinizMDBSimMG
Igor TimoPodemosSimMG
Júlio DelgadoPSBNãoMG
Lafayette de AndradaPRBSimMG
Leonardo MonteiroPTNãoMG
Lincoln PortelaPLSimMG
Lucas GonzalezNOVOSimMG
Luis TibéAvanteSimMG
Léo MottaPSLSimMG
Marcelo AroPPSimMG
Marcelo Álvaro AntônioPSLSimMG
Margarida SalomãoPTNãoMG
Mauro LopesMDBSimMG
Misael VarellaPSDSimMG
Mário HeringerPDTNãoMG
Newton Cardoso JrMDBSimMG
Odair CunhaPTNãoMG
Padre JoãoPTNãoMG
Patrus AnaniasPTNãoMG
Paulo Abi-AckelPSDBSimMG
Paulo GuedesPTNãoMG
PinheirinhoPPSimMG
Reginaldo LopesPTNãoMG
Rodrigo de CastroPSDBSimMG
Rogério CorreiaPTNãoMG
Stefano AguiarPSDSimMG
Subtenente GonzagaPDTSimMG
Tiago MitraudNOVOSimMG
Vilson da FetaemgPSBNãoMG
Weliton PradoPROSNãoMG
Zé SilvaSolidariedSimMG
Zé VitorPLSimMG
Áurea CarolinaPSOLNãoMG


Entenda o que foi aprovado nessa quarta-feira

O texto-base aprovado é o substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que, em linhas gerais:

  • a idade para se aposentar, para o trabalhador do serviço público ou privado, é de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres;
  • tempo mínimo de contribuição: para os trabalhadores da iniciativa privada, são 15 anos para mulheres; 20 anos, homens; para os servidores públicos da União, 25 anos para mulheres e homens;
  • limita o benefício à média de todos os salários;
  • eleva as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS;
  • estabelece regras de transição para os atuais assalariados.

A Câmara dos Deputados preparou uma cartilha explicativa com os principais pontos da proposta. Acesse aqui.

Em relação à proposta original do governo, ficaram de fora a capitalização (poupança individual) e mudanças na aposentadoria de pequenos produtores e trabalhadores rurais.

Na nova regra geral para servidores e trabalhadores da iniciativa privada que se tornarem segurados após a reforma, fica garantida na Constituição somente a idade mínima. O tempo de contribuição exigido e outras condições serão fixados definitivamente em lei. Até lá, vale uma regra transitória.

Para todos os trabalhadores que ainda não tenham atingido os requisitos para se aposentar, regras definitivas de pensão por morte, de acúmulo de pensões e de cálculo dos benefícios dependerão também de lei futura, mas o texto traz também normas transitórias até ela ser feita.

Pensão por morte

Já a pensão por morte poderá ser inferior a um salário mínimo quando essa não for a única fonte de renda do conjunto de dependentes. O valor a pagar está vinculado ao tempo de contribuição.

Quem já tiver reunido as condições para se aposentar segundo as regras vigentes na data de publicação da futura emenda constitucional terá direito adquirido a contar com essas regras mesmo depois da publicação.

Estados estão fora das novas regras

Os estados ficaram de fora das novas normas, devendo apenas adotar fundos complementares para seus servidores dentro do prazo de dois anos da futura emenda, além de poderem cobrar alíquotas progressivas, nos moldes da instituída para os servidores federais.

Para o relator da reforma, é preciso olhar para o conjunto da sociedade. “O Brasil, com contas deterioradas, é um país que perde muito em produtividade, em competitividade, é um país com muitas dificuldades do ponto de vista fiscal. E nós precisamos olhar o conjunto da sociedade, devemos estar a serviço dela”, disse Samuel Moreira.

Segundo o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a reforma é recessiva. “Essa reforma vai fazer mais mal ao Brasil, porque pagará pensões menores, impedirá o acesso à aposentadoria, menos gente terá dinheiro para comprar, menos investimentos serão feitos, menos empregos serão gerados e menos a Previdência arrecadará, causando ainda mais desequilíbrio, no médio prazo, por conta da perda da receita que esta reforma, a médio e longo prazo, irá causar”, argumentou.

Benefício continuado

Quanto ao pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o relator limitou o seu recebimento ao idoso e à pessoa com deficiência de famílias cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 do salário mínimo, admitida a adoção de outros critérios de vulnerabilidade social.

Esse valor constava da lei de assistência social e foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2013, mas o tribunal não declarou nula a norma e famílias com renda de até meio salário têm obtido o benefício na Justiça.

Porque fazer a reforma da Previdência?

O objetivo da reforma, segundo o governo, é conter o déficit previdenciário – diferença entre o que é arrecado pelo sistema e o montante usado para pagar benefícios. Em 2018, o déficit previdenciário total da União, que inclui os setores privado e público mais militares, foi de R$ 264,4 bilhões.

A expectativa do Planalto com a reforma da Previdência era economizar R$ 1,236 trilhão em 10 anos, considerando apenas as mudanças para trabalhadores do setor privado e para servidores da União. Com as alterações promovidas pelo relator, a economia poderá ficar em torno de R$ 1 trilhão nesse mesmo período.

Com informações da Câmara dos Deputados

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