Entregador da Rappi morre após ter socorro negado por empresa e Samu

(Imagem ilustrativa – Amanda Dias/BHAZ)

Um motociclista que trabalhava para o aplicativo de compras e entregas Rappi morreu na última segunda (8) em São Paulo. Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, se sentiu mal enquanto entregava vinhos para uma cliente no bairro Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista, no sábado (6). Diante de casos de negligência do Samu de SP, dos bombeiros e da empresa de entrega, o entregador agonizou até a morte sem ser socorrido.

A cliente, Ana Luísa Pinto, fez um desabafo nas redes sociais lamentando a atitude da empresa Rappi que, diante do quadro clínico do entregador, se preocupou apenas com os outros clientes que aguardavam as entregas de Thiago. Ainda, segundo Ana, o Samu da capital paulista teria sido negligente diante do mal súbito que afetou o entregador.

“Começamos a tomar as providências e, enquanto ligávamos para o Samu, pegamos cobertores para que ele [Thiago] se aquecesse. Em seguida, entramos em contato com a Rappi que, sem qualquer sensibilidade, nos pediu para que déssemos baixa no pedido para que eles conseguissem avisar os próximos clientes que não receberiam seus produtos no horário previsto”, escreveu Ana.

Ainda de acordo com Ana, eles pediram ao entregador que ele passasse algum contato familiar, para que ajudasse a socorrê-lo. “Foi então que pedimos o contato de algum familiar e ele, balbuciando, nos encaminhou para a sua irmã, Daiane. Explicamos a situação e ela, prontamente, se propôs a nos encontrar na calçada em que aguardávamos a ambulância”, disse a mulher, que aguardava a entrega que seria feita por Thiago.

Sem sucesso no atendimento, os amigos resolveram chamar um carro via aplicativo para levar o entregador ao hospital, mas também não obtiveram sucesso. “Neste desespero que resolvemos pedir um Uber para levá-lo, nós mesmos, para o hospital. Sua irmã já havia chegado e Thiago continuava inconsciente, sem nenhum reflexo. Carregamos ele para dentro do carro sob o argumento de que omissão de socorro é crime, mas nada adiantou. O Uber se recusou a fazer a viagem”, relatou.

“Nesta mesma hora, um carro com amigos de Thiago chegou, rapidamente o transferiram de um carro para o outro e saíram em disparada para o Hospital das Clínicas, bem próximo de onde estávamos”, acrescentou Ana Luísa.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, no Hospital das Clínicas, Thiago foi diagnosticado com um AVC (acidente vascular cerebral). No dia seguinte, no domingo (7), ele sofreu morte encefálica e, por fim, teve a morte confirmada nessa segunda (8).

O corpo de Thiago foi enterrado na terça-feira (9), no cemitério Dom Bosco, em Perus, na Zona Norte paulistana. O entregador deixa três irmãos, a mãe, o pai e uma filha de seis anos de idade.

Rappi e Samu

À Folha, a Rappi disse que lamenta a morte de Thiago de Jesus Dias. “A empresa está desenvolvendo um botão de emergência, que estará disponível dentro do aplicativo dos entregadores, por meio do qual os mesmos poderão optar por acionar diretamente o suporte telefônico da Rappi ou as autoridades competentes”, disse a empresa.

O Samu de São Paulo informou que o chamado de socorro a Thiago de Jesus Dias chegou até sua central às 22h15 de sábado. Como o caso era de dor de cabeça, foi classificado como prioridade média, recebendo monitoramento à distância até ser cancelado. A informação era de que o paciente havia sido removido em carro particular. O serviço disse que abrirá um procedimento interno para verificar o caso e tomar medidas cabíveis.

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