Cães resgatados de situação degradante em Sabará poderão ser adotados

Um dos cães acorrentados no abrigo, em Sabará (MPMG/Divulgação)

Treze cães mestiços da raça pitbull, que foram resgatados de um abrigo particular onde sofriam maus-tratos no último dia 16, em Sabará, na Grande Belo Horizonte, podem ser adotados. O Ministério Público, que capitaneou a ação, está aceitando também propostas de interessados em oferecer temporariamente um lar para os animais e ração para ajudar a alimentar todos os animais que estão no sítio, localizado na zona rural da cidade.

A operação foi capitaneada pela Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna do Ministério Público de Minas Gerais (Cedef/MPMG), e contou com apoio das polícias militar e civil de Meio Ambiente, e também de médicos veterinários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), protetores de animais das ONGs Lobo Alfa e RockBicho e do hospital veterinário da Fead.

Os 13 animais foram recolhidos para o Hospital Veterinário da Fead. Anterior a isso, no dia 11, quando foi deflagrada a primeira etapa da operação, que apura o abrigamento dos animais em uma área particular, na zona rural de Sabará, e que seria de um policial civil do Estado de Minas Gerais, três cães em estado grave foram resgatados e encaminhados para atendimento no Hospital Veterinário da UFMG.

De acordo com a Cedef/MPMG, todos os animais estão muito magros, subnutridos, com alimentação inadequada, comendo suas próprias fezes, têm lesões de pele (feridas e cicatrizes) em várias partes do corpo, incluindo feridas recentes com sangramento e infecção. Alguns apresentam ainda lesões oculares.

Segundo a coordenadoria, a retirada dos animais do espaço será gradual, porque ainda não há para onde levar todos os cães. Contudo, o proprietário do local e dos animais firmou termo de compromisso com o MP para melhorar as condições daqueles que ainda estão no local até sua efetiva retirada.

“À medida que formos conseguindo lares ou adotantes eles vão sendo retirados do sítio. Os custos com internações e manutenção dos 47 cães são altos e ainda não há fontes de custeio”, destacou a promotora de Justiça, Anelisa Ribeiro.

Ela lembra que, para que as ações tenham êxito, é urgente que surjam adotantes ou pessoas que possam oferecer lares temporários para os animais, além de doar ração de boa qualidade para alimentar aqueles que ficaram no sítio. 

Conforme a promotora, que coopera na Cedef, os animais estão acorrentados, o que impede movimentação, porque são coleiras muito grossas e correntes muito pesadas, levando a lesões no pescoço devido à condição de aprisionamento. Ela acrescenta que há animais com comportamento de extremo medo frente às pessoas e, apesar do medo, buscam interagir e demandam carinho.

Quer ajudar? Veja como

Interessados em adotar ou oferecer um lar temporário para um dos animais devem enviar e-mail para [email protected] ou entrar em contato pelo telefone (31) 3330-9911.

O Cedaf busca ainda parceiros que possam doar ração, que deve ser entregue na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais – rua Platina, 189 – Prado, ou em uma das unidades do Colégio Arnaldo: Unidade Anchieta – rua Vitório Marçola, 360, Anchieta; Unidade Funcionários – Praça João Pessoa, 200.

Entenda o caso

A primeira ação, em 11 de julho, foi organizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Sabará, com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) e da Central de Apoio Técnico (Ceat) do MPMG.

A operação contou com o apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente e da Corregedoria da Polícia Civil, uma vez que o investigado é policial civil. Para a ação, que cumpriu mandados de busca e apreensão autorizados pela Vara Criminal de Sabará, foram mobilizados 40 policiais civis e militares, duas promotoras de Justiça, quatro médicos veterinários do MPMG e três da UFMG, além de quatro auxiliares de veterinária.

O investigado compareceu ao MPMG, prestou declarações e assinou Termo de Ajustamento de Conduta preliminar por meio do qual se obrigou a adotar medidas emergenciais, sob a orientação de médico veterinário, para assegurar o bem-estar dos cães. Ele ainda se comprometeu a entregar os cães para adotantes indicados pelo Ministério Público. 

A apuração dos fatos se deu por meio de procedimento Investigatório Criminal do MPMG, que teve início em 14 de novembro de 2018.

Com informações do MPMG

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