Um torcedor foi detido durante o jogo do Corinthians contra o Palmeiras, válido pelo Campeonato Brasileiro, disputado no último domingo (4) na Arena Corinthians, em São Paulo, por ter feito protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com a Polícia Militar (PM), Rogério Lemes de 44 anos foi abordado por dois policiais militares que trabalhavam no jogo, quando ele estava “expressando sua opinião política gritando palavras contra o presidente da República”.
Os policiais que realizaram a prisão alegaram que a iniciativa foi tomada para “evitar um princípio de tumulto”, sendo empregado o “uso de meios necessários” para levar o torcedor à Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), que fica dentro da arena corintiana.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo(SSP), “não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto, instalado dentro da Arena Corinthians”.
Rogério Lemes publicou um depoimento nas redes sociais dizendo que a detenção gerou humilhação e constrangimento pelo ato dos policiais.
A Secretária de Segurança Pública paulista se defendeu e disse que a conduta dos policiais foi “para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada”.
Ainda no comunicado, a SSP afirmou que “todas as polícias do Estado de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas” (veja na íntegra abaixo).
O Corinthians, dono do estádio, disse que não sabia do caso e não vai se posicionar sobre a ação policial.
Confira a nota na íntegra:
“A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública.
No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada.
A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol”.