O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), disse que o Rio Grande do Sul pode se transformar em um “novo Estado de Roraima”. A afirmação feita nesta segunda-feira (12) se deu por conta do resultado das eleições primárias realizadas na Argentina nesse domingo (11), nas quais o candidato da esquerda saiu vitorioso.
Em Roraima, por conta da crise econômica enfrentada pela Venezuela, há intenso fluxo de imigrantes vindos do país vizinho. Bolsonaro alega que, caso a chapa composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner vença as eleições, o mesmo poderá acontecer no estado da região Sul.
“Não se esqueçam da Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma de Dilma Rousseff, Maduro, Chávez e Fidel Castro, deu sinal de vida aqui”, disse.
Direcionando aos moradores do Rio Grande do Sul, o presidente falou: “Povo gaúcho, se essa ‘esquerdalha’ voltar na Argentina nós podemos ter, sim, no Rio Grande do Sul um novo Estado de Roraima e não queremos isso”.
As falas de Bolsonaro aconteceram durante um evento em Pelotas, cidade gaúcha a cerca de 300km da capital Porto Alegre. Ao conversar com a imprensa, após o término da agenda, o presidente disse que a volta de Cristina Kirchner faria com que a Argentina seguisse o “caminho da Venezuela”. “E nós não queremos nossos irmãos argentinos fugindo pra cá”.
Eleições primárias
O candidato de oposição à presidência da Argentina, Alberto Fernández, venceu as eleições primárias. Fernández e a sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, conquistaram 47% dos votos, enquanto o atual presidente, Mauricio Macri, candidato à reeleição, obteve 32%.
A vantagem é suficiente para que Alberto Fernández e Cristina Kirchner sejam eleitos, em primeiro turno, no dia 27 de outubro.
As eleições primárias servem para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais. No entanto, o resultado surpreendeu não apenas os kirchneristas, mas também os opositores.
Sondagens feitas anteriormente apontavam uma distância de, no máximo, 6 pontos percentuais entre as duas chapas principais. A dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner obteve 15 pontos percentuais a mais de votos do Mauricio Macri e seu vice, Miguel Pichetto.
O resultado é praticamente a confirmação da vitória da chapa Fernández-Kirchner, já que eles obtiveram 47% dos votos e precisam de pelo menos 45% para ganhar em primeiro turno.
Ainda na noite de ontem, Macri reconheceu a derrota nas primárias. “Tivemos uma péssima eleição e isso nos obriga a partir de amanhã [hoje, dia 12] a redobrar os esforços. Dói que não tenhamos tido todo o apoio que esperávamos”, afirmou.
Com Agência Brasil