Cidades mineiras têm atos em favor da educação, contra o governo e a reforma da Previdência

Em Brasília, manifestantes foram para a Esplanada dos Ministérios (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cidades brasileiras registram, desde a manhã desta terça-feira (13), atos em contra o contingenciamento de recursos da educação, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência.
Em Minas Gerais, há atos previstos para esta tarde em Belo Horizonte. Em Juiz de Fora, Uberlândia, Viçosa, Montes Claros, Ipatinga, Governador Valadares e Ouro Preto, as mobilizações ocorreram pela manhã.

A manifestação nacional é uma continuidade da mobilização de maio, organizada em defesa da manutenção das verbas para o ensino superior. Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), os contingenciamentos anunciados pelo governo afetam não só o ensino superior, mas também a educação básica, o ensino médio e programas de alfabetização.

Na capital, o ato está marcado para ter início a partir de 16h, na Praça da Assembleia Legislativa, mas desde às 9h a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Minas Gerais se mobilizou no câmpus Pampulha para debater sobre o Future-se – programa do Ministério da Educação lançado em 17 de julho e com foco na gestão das universidades e institutos federais.

O encontro na UFMG reuniu estudantes, professores e a reitora da instituição, Sandra Goulart. Na semana passada, o Conselho Universitário recomendou a não adesão da instituição ao Future-se.

Ao portal G1, a reitora afirmou que foram bloqueados da instituição R$ 64,5 milhões pelo governo federal, o equivalente a 30% do orçamento da UFMG para o custeio da universidade.

“Como falar em futuro se o nosso presente está tão comprometido? Da forma como ele [programa Future-se] foi construído, ele não resolve um problema que é crônico das instituições, que é o financiamento público. Não há como substituir financiamento público em educação, isso não ocorre em lugar nenhum do mundo. O que ele faz é tentar atrair para universidades recursos de outras fontes, por meio de transferência de conhecimento, mas isso nós já fazemos”, disse a reitora da UFMG.

Concentração na Raul Soares

Após os debates sobre o Future-se, os estudantes da Federal se preparam para se concentrar com outros estudantes, universitários e secundaristas, na Praça Raul Soares, no Centro da capital, a partir das 15h. De lá, eles vão marchar até a Praça da Assembleia, em Lourdes, para o ato central agendado para às 16h.

De acordo com a presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), Luana Ramalho, que se juntará aos estudantes na Raul Soares, o movimento está forte no interior. Vale lembrar que o Estado tem 11 universidades federais; institutos federais tecnológicos; o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG), na capital; além da Unimontes e a Universidade do estado de Minas Gerais (Uemg), com escolas presentes em 16 municípios.

“Dentro da conjuntura nacional de contingenciamento de recursos para a educação, conseguimos mobilizar bastante os estudantes no interior, pois a formação deles contribui para o desenvolvimento do Estado e o sucateamento das universidades no interior reflete diretamente na saúde financeira dos municípios, que dependem da presença desses estudantes lá”, enfatiza Luana Ramalho.

A presidente da UEE-MG informou ainda que pela manhã houve audiência na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) em favor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e das instituições estaduais Unimontes e Uemg.

“O ato hoje é para dialogar com a sociedade sobre as medidas que o governo federal está tomando em relação à educação e também sobre o plano de ajuste fiscal previsto pelo governo de Minas de privatizar estatais, como a Cemig”, acrescenta Luana.

Manifestos pelo Brasil

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), há atos agendados em ao menos 170 cidades dos 26 estados, além do Distrito Federal. Até por volta de 14h, 36 cidades de 16 estados e do DF registraram protestos pacíficos, segundo o site G1.

Os protestos desta terça-feira foram convocados por entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Em cada estado, as convocações são feitas por dirigentes de entidades locais de estudantes.

A pauta contra a reforma da Previdência tem sido recorrente em atos que envolvem críticas ao governo federal. A proposta de emenda à Constituição que altera as regras da Previdência foi enviada pelo Executivo ao Congresso. O texto já foi aprovado em dois turnos na Câmara e agora está sendo discutido pelo Senado.

De acordo com a UNE, os protestos também são contra a proposta do Ministério da Educação (MEC) de instaurar o programa Future-se, que, segundo a pasta, busca o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais. Para as entidades sindicais e movimentos estudantis, o projeto transfere atribuições dos governos para o mercado.

Em Brasília, pouco antes das 9h, profissionais da educação, estudantes, sindicalistas e outros manifestantes começaram a se concentrar no Conjunto Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios. Devido à concentração de pessoas, três faixas do Eixo Monumental tiveram que ser bloqueadas ao tráfego de veículos enquanto os manifestantes caminhavam em direção ao Congresso Nacional. A certa altura, participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que também protestavam na Esplanada dos Ministérios, uniram-se ao ato.

BHTrans monitora trânsito

Na capital mineira, a BHTrans informou estar de prontidão para atuar no trânsito, caso haja complicações em decorrência dos atos. As equipes monitoram pelo Centro Operacional da Prefeitura de Belo Horizonte, que reúne além de agentes de trânsito, Guarda Municipal, polícias Militar e Civil, Samu, e pelas câmeras de trânsito espalhadas pela cidade, bem como pela central de rádio da empresa e da comunicação dos agentes que estão em campo.

Com informações da Agência Brasil

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