Com alinhamento, Zema está refém de Bolsonaro e da economia

Romeu Zema se alinhou a Bolsonaro, reprodução site Facebook/ BHAZ

Além dos próprios problemas, agravados pela economia, governadores de estado, como o mineiro Romeu Zema (Novo), terão que dar respostas no campo político. Para ganhar o apoio dos mineiros na campanha que o elegeu, por exemplo, Zema chegou a cometer infidelidade partidária, anunciando, inoportunamente (ainda no 1º turno), o apoio à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) em desfavor do candidato de seu próprio partido, João Amoêdo.

Sete meses de novo governo, o que temos? A economia do Brasil teve retração no segundo trimestre, conforme dados do Banco Central, afetando as expectativas de crescimento neste ano. Não há salvação próxima.

Minas na faixa de risco

Junto com outros dois estados, Minas Gerais é o Estado com a pior nota relativa à condição de pagamento de suas dívidas. Recebeu nota D na avaliação realizada pelo Tesouro Nacional no “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais” divulgado na terça (13).

Confira o “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais”

Minas está na lista dos 17 Estados proibidos de pegar financiamentos com garantias do governo federal. Não é culpa dele, mas, hoje, é de sua responsabilidade, especialmente por ter conquistado a confiança dos mineiros e o cargo de governador com a promessa de fazer diferente e de se alinhar a Bolsonaro.

E não adianta vender ilusões, porque os sinais não são nada bons. Se os grandes como China e Alemanha estão vendendo dólar, levando o mundo a temer a desaceleração na economia mundial, o Brasil será um dos primeiros a sofrer retração.

Consequências para Minas

A situação financeira do estado pode ser considerada a mais crítica do país por conta do valor de restos a pagar que acumula desde o ano passado.

Para quitar essas despesas que já foram realizadas, mas não quitadas, o estado precisaria de R$ 7,74 bilhões, o que o coloca na liderança isolada entre a unidades federativas com maiores dívidas desse tipo.

Os dados foram divulgados no “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais”, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Segundo a Secretaria, esse desempenho ruim dificulta ainda mais a saída do Estado da crise, uma vez que, na hora de firmar novos contratos, fornecedores colocarão preços mais altos devido ao risco de atrasos no pagamento.

Na quarta (14), o governador apresentou uma notícia ruim para os servidores públicos, quando admitiu, em entrevista à TV Record, que estava com dificuldade para pagar o decimo terceiro salário deste ano para eles. Até dezembro, vai concluir o pagamento parcelado da gratificação do ano passado, herança do governo do petista Fernando Pimentel.

Zema admite dificuldades para pagar o 13º salário deste ano

Conflitos da Liberdade Econômica

Com as mudanças, a medida provisória da Liberdade Econômica, aprovada na terça (13), pela Câmara dos Deputados, irá facilitar a abertura e criação de empresas, incentivando a geração de empregos. Por outro lado, e não sem razão, a norma está sendo comparada a uma minirreforma trabalhista por mexer nas relações de trabalho.

Vai afetar o trabalhador que não terá folga, tornando-se regra trabalhar aos domingos. Foi aprovado o repouso semanal remunerado aos domingos a cada quatro semanas. Se o patrão der folga em outro dia da semana, não precisa pagar o dobro por domingo ou feriado. O outro dia vira o descanso semanal remunerado.

Define que o funcionário é obrigado a bater ponto em empresas com mais de 20 empregados –atualmente, a regra vale a partir de dez. Dispensa o trabalhador de bater cartão e só o fará em caso de hora extra, atraso, folga, férias e falta. Na jornada regular, chega ao posto de trabalho e sai sem fazer nenhuma anotação. Agências bancárias serão autorizadas a funcionar aos sábados.

Tudo somado, a autorização para trabalhar sábados, domingos e feriados pode até gerar mais empregos, mas há também o risco de só aumentar a jornada de trabalho de quem já está trabalhando.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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