Vídeo de homem torturado com chicote após furtar ovos volta a viralizar

Reprodução/Twitter

Mais de 60 mil visualizações em apenas seis minutos. Estes foram os números alcançados por um vídeo publicado em um perfil no Instagram nesta sexta-feira (23). A gravação deu o que falar entre internautas de todo o Brasil por mostrar dois homens agredindo violentamente um terceiro. Nas imagens, é possível ver a vítima levando diversas chicotadas, enquanto tenta se defender e se desvencilhar da dupla de agressores. Ele apanha tanto que chega a cair no chão.

O vídeo em questão foi publicado pelo perfil Alfineitei e excluído minutos depois. Na legenda, os responsáveis pela conta pediram que internautas compartilhassem o registro, em tom de revolta. É que a vítima foi agredida a chicotadas por ter furtado ovos no local onde trabalhava. O que muita gente não sabe, no entanto, é que as imagens foram gravadas em Minas Gerais, em 2017, e que os agressores já cumprem pena pelo crime. Eles foram presos em março do ano passado.

Operação da Polícia Civil prendeu irmãos e um terceiro envolvido, em 2018 (Divulgação/Polícia Civil)

Os agressores que aparecem nas imagens são irmãos e foram alvos de uma operação da Polícia Civil, intitulada Al Capone, no dia 19 de março de 2018. A ação apurava o crime de tortura registrado no vídeo e as investigações duraram seis meses. O caso ocorreu na cidade de São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce. Na época, os irmãos tinham 35 e 38 anos.

De acordo com a Polícia Civil, o homem agredido trabalhava em uma construção na fazenda dos irmãos. Os dois passaram a agredir o funcionário depois de descobrir que ele havia furtado oito ovos no local. Além de levar chicotadas, a vítima também foi atingida por um deles com uma turquesa. Como é possível ver no vídeo, os golpes foram direcionados para o rosto, as costas e os membros inferiores do homem.

Ainda segundo a corporação, o crime foi registrado e divulgado nas redes sociais como uma espécie de ameaça para desafetos dos irmãos. Enquanto investigava a situação, a polícia também descobriu que a dupla era envolvida com o tráfico de drogas na região e o delegado responsável representou por mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva, em desfavor dos suspeitos e de um terceiro envolvido, que seria o responsável por filmar as agressões.

(Divulgação/Polícia Civil)

Na operação, a Polícia Civil apreendeu mais de R$ 6 mil em dinheiro, um cheque de R$ 2 mil, várias roupas camufladas semelhantes às utilizadas pelo Exército, além de relógios de luxo, vários celulares, uma moto e quatro carros, um deles blindado. Todos os veículos apresentavam indícios de adulteração.

O BHAZ apurou nesta sexta-feira (23), junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que os irmãos foram condenados ainda em julho do ano passado. Um deles deverá cumprir 4 anos e 1 mês de detenção, enquanto o outro deve ficar preso sete meses a mais: ele pegou 4 anos e 8 meses.

Ainda segundo o TJMG, os dois recorreram e aguardam os desdobramentos presos. Um irmão está detido na Penitenciária Francisco Sá, na cidade de mesmo nome, e outro no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O terceiro envolvido ainda aguarda julgamento em liberdade.


Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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