Novos diálogos de procuradores da Lava Jato revelados, com exclusividade, pelo site The Intercept em parceria com o UOL, apontam que integrantes da força-tarefa da operação ironizaram a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e questionaram o luto de Lula com relação as mortes do neto e do irmão.
“Estão eliminando as testemunhas…”, disse o procurador Januário Paludo por meio das supostas mensagens privadas do Telegram, obtidas por uma fonte anônima. Segundo a reportagem, os promotores afirmaram que Lula “faria uso político” da morte da esposa e ainda questionaram a causa o óbito de Marisa.
A procuradora Laura Tessler criticou uma matéria da jornalista da Folha de São Paulo Monica Bergamo, que relatava a agonia de Marisa com o que considerava abusos da Lava Jato, como a condução coercitiva de Lula, e como isso pode ter afetado sua saúde.
“Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula”, disse a procuradora.
Os procuradores também repercutiram outra entrevista que o ex-presidente Lula havia concedido ao El País. “Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela. Dona Marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada”, disse Lula à época.
“A propósito, sempre tive uma pulga atrás da orelha com esse aneurisma. Não me cheirou bem. E a segunda morte em sequência”, insinuou o procurador Januário Paludo.
Nos diálogos, os procuradores também falam da morte do neto e do irmão do ex-presidente Lula. No chat, Antônio Carlos Welter diz acreditar que Lula tinha o direito de ir ao enterro do irmão. “Eu acho que ele tem direito a ir. Mas não tem como.” Januário Paludo responde: “O safado só queria passear e o Welter com pena”. Laura Tessler comentou: “O foco tá em Brumadinho…logo passa…muito mimimi”.
Confira a íntegra da reportagem do portal UOL aqui.
