Pai do Pedro Arthur, símbolo da luta contra a meningite, sofre grave acidente após vencer câncer

Studio Ap Prize/Divulgação + Arquivo pessoal

Um acidente de moto em abril do ano passado mudou o rumo da vida de Rodrigo Diniz, pai do menino Pedro Arthur – que se tornou símbolo nacional da luta contra a meningite. Após vencer um câncer em 2016, o homem de 45 anos agora enfrenta as sequelas causadas pela batida – nesta sexta-feira (30), inclusive, precisou ser hospitalizado.

O acidente ocorreu quando um caminhão invadiu a pista e colidiu com a moto que Rodrigo pilotava. Aos 45 anos, ele enfrenta as sequelas daquele dia, que incluem fraturas na bacia, tórax, mandíbula, traqueia, punho e perfuração da bexiga; além da depressão. Na batalha contra o câncer renal diagnosticado em 2016, teve um de seus rins retirados.

Segundo Gabriela Cristina Silva Rocha, esposa de Rodrigo e mãe de Pedro Arthur, a empresa de materiais de construção responsável pelo caminhão não prestou nenhuma assistência ao marido. Ela prefere não divulgar o nome da empresa.

“O motorista parou [no momento do acidente] porque o caminhão estava com irregularidade, e a documentação foi apreendida. Então não tem nem como o dono da empresa falar que não ficou sabendo”, conta Gabriela.

Atualmente Rodrigo aguarda uma consulta com um otorrinolaringologista pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto isso, ele sofre com engasgos constantes, refluxo e dificuldade para falar, resultantes da lesão na traqueia.

Rodrigo também convive com as consequências da perfuração na bexiga: as infecções urinárias constantes são um perigo para quem só possui um rim. Nesta sexta-feira, Rodrigo precisou ser encaminhado novamente ao hospital devido a uma nova infecção. Segundo Gabriela, a bactéria é muito resistente e o marido precisará tomar medicação venosa. “Via oral já não resolve neste caso.”

“No SUS eles trabalham com o que eles têm. Os médicos têm boa vontade, mas sabemos como é precário. A placa que colocaram na mandíbula dele soltou com o tempo, e a mandíbula ficou solta. A outra que colocaram agora é muito grande”, comenta Gabriela.

Vaquinha online

Devido aos gastos extensos, o casal decidiu criar uma campanha no site Vaquinha Online. A meta é arrecadar R$ 70 mil, que serão utilizados para custear tratamentos, fraldas, remédios e cirurgias, tanto do pai quanto do filho. Segundo Rodrigo, o valor ainda está abaixo do necessário, “mas já ajuda muito”.


Gabriela Cristina e o filho Pedro Arthur (Acervo pessoal)

“Eu não trabalho por causa do Pedro, e o Rodrigo era o único sustento da nossa família. Agora ele se aposentou por invalidez, com um salário bem menor do que recebia, e os gastos aumentaram”, diz Gabriela.

Para doar basta clicar aqui.  As doações também podem ser feitas para as contas:

Banco Santander/Agencia : 3323 / C/C 02002157-2/ CPF: 883026796-15/ Rodrigo Diniz Junqueira Rocha.

Caixa Econômica Federal/ Agência: 0081 / C/P: 3800-1/ OP: 013 / CPF: 090.949.496-79 / Pedro Arthur Diniz Filho.

Pedro Arthur

Pedro Arthur, hoje com 16 anos, é o simbolo nacional do combate a meningite bacteriana. Em 2012, Pedro se tornou a primeira criança da América do Sul a colocar um marca-passo diafragmático. A operação foi realizada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e custeada pelo Governo de Minas Gerais.

Antes do acidente, Rodrigo viajava pelo país para auxiliar outras pessoas na implantação do marca-passo, além de disseminar informações sofre a meningite. Como resultado, ele foi responsável pela inclusão da vacina contra a doença no calendário nacional de vacinação.

“Nós implantamos três vacinas, mas agora tem Meningocócica B. Uma dose dela hoje custa em torno de R$ 500 a R$ 700, e a criança precisa de no minimo três. É muito caro”, avalia Rodrigo, que almeja incluir a nova vacina no calendário.

Uma de suas propostas é divulgar a existência do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para a população. “Quem tem HIV, câncer, e outras doenças crônicas ou raras tem direito a vacinas que não fazem parte do calendário de vacinação, mas muitos não sabem disso. Meu trabalho é disseminar essas informações”, explica.

Processo judicial

Até o momento não houve nenhuma audiência na 3ª Vara Civil de Sete Lagoas. Gabriela conta que o juiz havia solicitado perícia médica, mas os dois peritos que foram nomeados não se manifestaram para atender o caso. “Não é uma geladeira que estragou, é a saúde de uma pessoa”, reclama Rodrigo.

De acordo com a advogada do casal, Lucineide Galdino de Sousa, quando os médicos não se manifestam, entende-se que eles não aceitaram fazer a perícia . “Pois se tivessem aceitado teriam agendado data para realização da mesma”, diz.

A advogada explica que os peritos são profissionais autônomos, ou seja, não são pagos pelo Estado, mas pela parte que perder o processo. Ao final do processo, o juiz define os horários periciais e quem deve pagar – o que não garante aos profissionais que receberão de imediato.

O casal aguarda pela marcação de uma audiência de conciliação. O objetivo é fazer com que a empresa custeie o tratamento de Rodrigo. “O policial que fez o boletim deixou claro que a culpa foi do caminhão. As pessoas falam ‘ah, tava de moto então é irresponsável’, mas a culpa não foi dele”, comenta Gabriela.

Para mais informações sobre o CRIE, contate os telefones: 3277-7726 / 3277-5301

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