Um canal de televisão captou o momento em que o presidente da França, Emmanuel Macron, critica o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelo fato dele ter chamado sua esposa de “feia” pelas redes sociais. O fato gerou uma campanha por parte da filha de Brigitte Macron contra a misoginia (veja abaixo).
No vídeo, divulgado pela emissora francesa CNews, Macron conversa com Sebastián Piñera, presidente do Chile, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, durante o G7. As críticas receberam apoio dos dois, mesmo Piñera sendo aliado do capitão da reserva. “Eu queria ser pacífico, queria ser correto, construtivo com o ‘cara’ e respeitar sua soberania”, disse o frances.
Macron ainda ressalta que diante da fala de Bolsonaro ele teria que reagir. “Eu tinha que reagir, você entende?”, e Piñera concorda com o presidente francês.
O assunto da conversa não ficou restrito à forma como Bolsonaro desrespeitou Brigitte. O presidente francês também lembrou da vez que o ministro das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, esteve no Brasil, mas teve o encontro cancelado com o presidente Bolsonaro.
Na oportunidade, Bolsonaro cancelou a reunião e foi cortar o cabelo. “Ele deveria recebê-lo e cancelou no último minuto para ir cortar seu cabelo. E filmou a si mesmo. Desculpe. Mas isso não é a atitude de um presidente”, afirmou.
Combate à misoginia
Tiphaine Auzière, filha de Brigitte Macron, publicou um vídeo em que aparece defendendo a mãe das declarações de Paulo Guedes, ministro da Economia, que a chamou de “feia”, ao defender o presidente Jair Bolsonaro na semana passada. A filha da primeira-dama francesa defende o combate ao ódio contra as mulheres.
Em um papel, Tiphaine imprimiu as falas de Guedes e diz: “Estamos em 2019 e dirigentes políticos têm como alvo o físico de uma mulher também ativa politicamente. Vocês acreditam que isso existe ainda? Ah, sim”, falou.
A filha de Brigitte ainda ponderou que todos devem reagir a este tipo de declarações e pede o combate à misoginia. “Temos que reagir, nos engajar dentro das nossas famílias, no nosso trabalho, nas urnas para que todos juntos joguemos fora nossa misoginia”.
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Tiphaine também destacou que a França não está em posição de tecer críticas. “Não estamos em posição de criticar o que acontece internacionalmente porque a França nem sempre foi isenta de críticas”, disse.
‘Feia mesmo’
Durante um evento, na última quinta-feira (5), Paulo Guedes rebateu a fala do presidente Emmanuel Macron de que os incêndios na Amazônia estariam sendo promovidos por alguém.
Ele apoiou Bolsonaro que disse que o mandatário francês estava dizendo isso pelo fato de sua esposa ser “feia”: “É tudo normal e é tudo verdade. Presidente falou mesmo, e é verdade mesmo, a mulher é feia mesmo”, falou.