O dono da rede de academias R9 Fit, em Belo Horizonte, está envolvido em uma série de processos judiciais em que ele é suspeito de estelionato. A informação surgiu nesta terça-feira (17) depois que clientes de uma das unidades, localizada no Centro da capital, foram impedidos de entrar nas dependências do prédio. Segundo relatos, o impedimento teria sido motivado pela falta de pagamento do condomínio do local.
Após a publicação da reportagem sobre o assunto (leia na íntegra aqui), o BHAZ recebeu denúncias de clientes vítimas da academia. “Eu tinha feito a inscrição na academia da rua Curvelo, no Floresta, aí machuquei meu tornozelo. Fiquei quase 40 dias de atestado médico. Quando eu pude voltar, dei de cara com um cartaz dizendo que a academia havia fechado por falta de pagamento de aluguel”, explica um antigo usuário, que prefere não se identificar.
A vítima ainda relata que foi até outra academia da rede, no Centro, e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência. “Meu plano era semestral, e havia utilizado apenas dois meses. Foram R$ 320 de prejuízo. Fui à polícia, voltei na academia, mas acabei deixando para lá”, completa.
Outra vítima, dessa vez da unidade do Mix Shopping, disse querer ressarcimento pelo prejuízo sofrido. “Eu estou malhando na R9 do Mix. Eu malhava na R9 Prime, no Lourdes, que fechou. O meu plano lá foi de R$ 1.040, mas na Mix é de R$ 572. Eles não querem pagar a diferença. Depois de hoje, de eu chegar na academia e estar fechada, quero sair de lá. Ele [o proprietário] é dono de muitas academias. Ele abre um local, lesa as pessoas, fecha e abre outro”, comenta a segunda vítima, também no anonimato.
Na matéria publicada mais cedo pelo BHAZ, outras vítimas também apareceram e deixaram relatos. Veja abaixo:
O dono da rede também é alvo de ao menos três registros policiais. Em um deles, é suspeito de adquirir materiais de academia de uma loja de São Paulo e não efetuar o pagamento. Oficiais de Justiça chegaram a ir até o local, no bairro Belvedere, para recolher os equipamentos. Contudo, os itens referidos não estavam mais por lá. Em outro registro, ele é suspeito de não pagar o aluguel, durante 3 anos, da academia Malhação, que funcionava na avenida Afonso Pena. No local, a Copasa também cortou o abastecimento de água, também por falta de pagamento.
No terceiro boletim de ocorrência, o empresário também é apontado como responsável por uma dívida de R$ 27.500 em um bar de propriedade dele, localizado no bairro Estoril. Os valores são questionados por uma empresa no interior de Minas e os débitos foram cobrados em dezembro de 2017 e janeiro de 2018.
A reportagem fez contato com a Polícia Civil para saber como está o andamento das investigações relacionadas aos casos. No entanto, ainda não houve um retorno. O BHAZ também tentou contato, durante todo o dia, com representantes da academia R9 Fit e com o proprietário, mas não obteve sucesso. O escritório de advogacia que o representa foi acionado, mas os responsáveis disseram não se manifestar sem prévia autorização do cliente.
