Policiais militares prenderam nesta terça-feira (17) dois homens apontados como responsáveis pelo assassinato de um cabo da corporação. O PM foi baleado no bairro Vista Alegre, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, nessa segunda (16). Ele estava de folga e era acompanhado pelo irmão, a cunhada e um sobrinho, de 1 ano e 11 meses, quando tudo ocorreu. A mulher e a criança também ficaram feridos.
Segundo a Polícia Militar (PM), o policial de 35 anos estacionava o carro em que estava junto com o irmão, a cunhada e o filho do casal quando dois homens se aproximaram em uma moto. Eles começaram a discutir e, em determinado momento, o garupa desceu do veículo e começou a atirar contra o grupo. Para defender os parentes, o policial reagiu também efetuando disparos. Na sequência, tentou deixar o local acelerando o carro.
A cunhada do policial morto, que tem 21 anos, relatou que os suspeitos chegaram a perseguir o veículo mesmo depois da troca de tiros. Eles só teriam parado quando o militar perdeu a consciência e bateu contra uma árvore. Ele levou um tiro na nuca, que transfixou e ficou alojado na altura do umbigo. A jovem ainda disse que a dupla queria a arma do cunhado e que questionaram se eles eram “doidos” de trocar tiros com uma criança no carro.
A mulher também contou que chegou a cair do veículo pelo barranco e que por estar com um dos braços ferido a tiros não conseguiu deixar o local. Ela foi socorrida por um vizinho. O bebê, por sua vez, levou um tiro de raspão na cabeça. Ele foi retirado do carro do tio pelo próprio pai, que fugiu da cena do crime com o filho no colo, para salvá-lo.
Policiais militares chamados para atender a ocorrência resgataram o PM e os demais feridos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ibirité. Na unidade de saúde, enfermeiras confirmaram que o policial já estava em óbito. Mais tarde, a cunhada dele e o sobrinho foram transferidos para o Hospital Municipal de Contagem, também na região metropolitana.
Aos militares, a cunhada do policial disse ter reconhecido um dos suspeitos, já que eles estavam se capacete, e repassou o endereço do homem. Quando chegaram ao endereço, no entanto, ele não foi localizado. Apenas a esposa e a filha do casal, de 11 anos, estavam por lá.
Mãe e filha contaram que na madrugada do último domingo tiveram a casa invadida por um homem alto e forte, possivelmente o policial assassinado. Ele teria ido ao local com um capuz no rosto e agredido as duas, a mãe com um tapa no rosto e a filha com uma tentativa de estrangulamento. A informação é de que o homem fugiu quando elas começaram a gritar.
Horas depois, a moto usada pelos autores foi encontrada abandonada em uma rua nas proximidades da cena do crime. O veículo foi apreendido e encaminhado para um pátio. A arma do policial também foi encontrada. O caso ficou sob responsabilidade da Delegacia Especial de Investigação de Homicídios da capital, de onde será investigado.
Professor detido
Nesta terça-feira (17), um professor de 27 anos foi preso depois de comentar uma postagem no Facebook a respeito da morte do policial. Ele deixou uma mensagem nos comentários de uma notícia parabenizando o “menino da moto”, o que foi interpretado como uma referência ao autor do assassinato do militar e dos tiros que deixaram cunhada e o sobrinho dele feridos.
Depois que o comentário ganhou repercussão, militares foram até a residência do professor, que dá aulas de geografia em uma escola estadual de Ibirité. Lá, a mãe dele permitiu a entrada dos militares e o educador foi abordado. Segundo os policiais, ele aparentava nervosismo.
A mãe do homem pediu para que os militares fizessem buscas no quarto dele, mas os militares negaram por conta da natureza da ação. O professor foi detido e levado algemado para uma delegacia por apologia ao crime.
Em entrevista ao O Tempo, o professor relatou ter tomado remédios para dormir e que se confundiu ao fazer o comentário. Ele disse acreditar que o policial estava na moto e que atingiu o criminoso no carro, e não o contrário. O homem também pediu desculpas aos próprios pais e aos familiares do policial morto.
