Relatório final conclui: Vale sabia de risco de rompimento desde 2016

Área afetada pelo rompimento da barragem, em 25 de janeiro (CBMMG/Divulgação)

A Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais apresentou, nessa quarta-feira (25), em Belo Horizonte, o relatório final de fiscalização sobre o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana da Capital. A tragédia provocou a morte de 249 pessoas e deixou 21 desaparecidas até momento. Oito auditores elaboraram o documento de 400 páginas, realizado entre janeiro e setembro deste ano.

Segundo o relatório, em junho de 2017, já havia documentos que apontavam a necessidade de um rebaixamento considerável do nível de água no local. Há um ano e meio, 98 metros cúbicos de água deveriam ser esvaziados, por hora. Ainda em 2016, uma inspeção recomendava a interrupção das atividades e comunicação de risco de desabamento à comunidade.


De acordo com documento, nove erros que contribuíram para o rompimento.

1 – Distorções no cálculo dos fatores de segurança
2 – Geologia local desconhecida
3 – Operação irregular (lançamento de rejeitos e largura de praia)
4 – Sistema de drenagem (interno e superficial) insuficiente e mal conservado
5 – Demora no rebaixamento efetivo da linha freática
6 – Existência de anomalias recorrentes
7 – Falhas em planos de emergência
8 – Auscultação (piezômetros, indicadores de NA, inclinômetros) deficiente
9 – Gestão de segurança e saúde no trabalho precária

O MTE concluiu ainda que os funcionários deveriam ter sido retirados preventivamente do vestiário, refeitório e banheiro, e a comunidade avisada dos riscos de rompimento.

Com essa conclusão, a Vale recebeu 21 autos de infração e pode recorrer.

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